Brasília, 4/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O atletismo brasileiro tem um desafio especial nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo: tentar superar a brilhante campanha de Winnipeg, em 1999, quando a equipe conquistou 16 medalhas (sete de ouro, cinco de prata e quatro de bronze). Para tentar essa façanha, o Brasil será representado na competição por uma equipe de 34 atletas (23 homens e 11 mulheres).
Esporte com maior número de medalhas em Pan-Americanos, com 98 conquistas desde 1951, em Buenos Aires, o atletismo terá pela frente também um adversário todo especial: as altas temperaturas, a umidade excessiva e os ventos inconstantes, condições encontradas na capital da República Dominicana a partir de amanhã (5), quando a modalidade será aberta com a disputa da prova masculina final dos 20 quilômetros em marcha atlética, no Estádio Olímpico Juan Pablo Duarte. O Brasil será representado na prova pelo catarinense José Bagio.
"Formamos uma equipe bastante consistente, que tem tudo para repetir a campanha de Winnipeg", comentou o técnico Ricardo D'Angelo, que orienta o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima na tentativa de conquistar o bicampeonato em Santo Domingo. "Ainda não conhecemos o percurso nem os adversários, mas sabemos que o clima será, de fato, um problema a mais a ser vencido. Tanto assim que a largada da maratona feminina será dada às 6h30 e a da masculina está marcada para as 6h50", informou.
Entre os atletas da equipe destacam-se o baiano Eronildes Araújo, tricampeão pan-americano dos 400 metros com barreiras, e André Domingos, nos 200 metros rasos e no revezamento 4 x 100 metros rasos. O técnico Jayme Netto Júnior tem aproveitado a oportunidade de reunir todos os velocistas num local só e está treinando a passagem do bastão todos os dias. O treinador lembra que os atletas do revezamento moram em cidades diferentes em São Paulo e é difícil o encontro do grupo. "Temos de aproveitar os poucos momentos que estamos todos juntos para treinar. Nossa equipe é forte, mas temos de tirar vantagem do entrosamento para birgar pelo melhor lugar possível no pódio", observou Jayme. "Os atletas desta região tradicionalmente são fortes nas provas de velocidade e de saltos. O calor não atrapalha essas especialidades. Em compensação, as provas de fundo deverão ser prejudicadas", acrescentou.
A delegação, que está em Santo Domingo desde sexta-feira à noite, ainda tenta superar a tristeza pela ausência de Maurren Higa Maggi, suspensa provisoriamente pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF). A atleta, líder do ranking mundial, era a grande favorita para a conquista da medalha de ouro na prova do salto em distância.
