Nova geração brasileira disputa a esgrima em Santo Domingo

01/08/2003 - 8h49

Brasília, 1/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Muitos atletas da equipe brasileira de esgrima em Santo Domingo nem mesmo existiam quando o Brasil conquistou a medalha de bronze na espada por equipe, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, em 1975, a última verde-amarela. A partir de amanha (2), no Pavilhão do Judô do Centro Olímpico Juan Pablo Duarte, uma nova geração - com média de idade de 21,6 anos - estreará no Pan de Santo Domingo com o pensamento na preparação para o Pan de 2007 e para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

No primeiro dia acontecem as preliminares, a partir das 9h (10h de Brasília), e as finais às 18h (19h de Brasília) do florete individual masculino e as preliminares (11h) e finais do sabre individual feminino (18h). A competição prossegue até quinta-feira, dia 07.

Os brasileiros conquistaram até hoje sete medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e três de bronze. As duas primeiras foram obtidas nos Jogos de Buenos Aires, em 1951, na modalidade sabre individual (Estevão Molnar) e por equipe. O único ouro foi conquistado por Arthur Cramer, atual presidente da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE), em Winnipeg, em 1967, na espada individual. Cramer, maior medalhista nacional na modalidade, conquistou também três de prata (63, 67 e 71) e uma de bronze (75).

O dirigente tira a responsabilidade dos ombros dos atletas brasileiros. "A conquista de medalha não é o nosso objetivo principal, não há essa cobrança, mas se ela vier após 18 anos será maravilhoso. Começamos um trabalho que visa recolocar o Brasil entre os 12 melhores do mundo, como acontecia há 20 anos". Segundo Cramer, Cuba, Estados Unidos, Canadá, México e Chile serão os principais adversários.

Entre os jovens destaques da equipe estão Athos Schwantes, João Souza, Renzo Agresta e Élora Pattaro. Renzo, de 18 anos, é único brasileiro a ter conquistado o título pan-americano nas categorias cadete, juvenil e adulto, todos em 2001. Já Élora, de apenas 17 anos, obteve em abril uma inédita medalha de prata no Mundial de Cadetes, na Itália. "As americanas estão bem colocadas no ranking mundial e as venezuelanas investiram bastante no sabre. O que pode ajudar é cair em uma chave mais simples. Mas não desprezo minhas chances de obter uma medalha", analisou a esgrimista.

Do grupo que esteve em Winnipeg-99, apenas três estarão em Santo Domingo: Maria Júlia Kerklotz, Marcos Cardoso e Nilzo Maia. "É uma geração de muito talento, que com certeza fará com que o Brasil cresça na esgrima internacional nos próximos anos", disse Nilzo, de 30 anos, o mais experiente da equipe.

O objetivo da esgrima é tocar com a arma o corpo do oponente. A parte da arma com a qual é feito o toque e a área do corpo do adversário a ser visada depende do tipo de arma utilizada, que são de três: florete, espada e sabre. No florete, o toque só é permitido com a ponta da arma, no tronco do adversário; com a espada, vale também apenas tocar com a ponta, mas em todo o corpo do outro atirador; e, no sabre, pode-se encostar com qualquer parte da lâmina na cintura para cima do adversário. Os toques são registrados através de um sensor eletrônico que, no florete e na espada, fica nas pontas das armas e, nas provas de sabre, localiza-se no uniforme dos atletas.
(RE)