Brasília, 1/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os laboratórios Merck, Roche e Abbott respondem, no próximo dia 12, ao Ministério da Saúde sobre a possibilidade de reduzir os preços de três medicamentos anti-retrovirais que fazem parte do coquetel distribuído gratuitamente pelo governo a mais da metade dos 115 mil portadores do vírus HIV. A informação foi dada pelo coordenador nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids) do Ministério da Saúde, Alexandre Grangeiro, após reunião, hoje, com os representantes dos laboratórios.
Com os medicamentos Efavirer, do Merck, Nelfinavir, do Roche, e Lopinavir, do Abbott, o governo gasta 63% do orçamento anual de R$ 573 milhões para importação e produção de remédios para os portadores do HIV. Segundo Grangeiro, o Far-Maguinhos tem condições de produzir os remédios a um custo menor, que varia entre 49% e 83% dos preços dos produtos dos laboratórios multinacionais.
Caso não haja redução de preços, informou Grangeiro, o governo poderá importar genéricos da Índia que, no Brasil, chegariam até 50% mais baratos dos que os medicamentos do Roche, Abbott e Merck.
O governo vai esperar uma decisão dos laboratórios sobre a redução de preços, por determinação do ministro da Saúde, Humberto Costa, até o dia 30 próximo. Grangeiro lembra que, em caso de haver redução na qualidade de vida dos doentes com a falta dos remédios, pode ser configurado caso de ameaça à saúde pública, e o governo brasileiro decidir pela concessão de licença para fabrico dos remédios para atender "exclusivamente a demanda do Ministério da Saúde".