Equipe de boliche busca a primeira medalha em Pan-Americanos

01/08/2003 - 8h49

Brasília, 1º/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Engana-se quem pensa que boliche seja apenas arremessar uma bola e derrubar pinos. Se a diversão de fim de semana é mais ou menos assim, o boliche profissional é bem diferente. A seleção brasileira chegou a Santo Domingo com a missão de conquistar sua primeira medalha em Jogos Pan-Americanos, mas para subir ao pódio será preciso boa pontaria e um punhado de sorte para enfrentar venezuelanos, americanos, mexicanos e colombianos nas competições individuais e por equipes que serão realizadas a partir de amanhã (2) e até dia 5 nas pistas do Sebelen Bowling Center.

César Maciel, chefe da equipe brasileira, acredita em um resultado histórico. "Batemos na trave algumas vezes, já ficamos em quinto lugar, em quarto lugar, perdendo por pouco. Viemos aos Jogos com uma boa equipe, bem equilibrada, experiente, e acho que podemos sair daqui até levando uma medalha, que não será surpresa. Estou confiante, temos equipe para lutar por um lugar no pódio", comentou César, lembrando que esta será a quarta participação do boliche nos Jogos (foi incluído em Havana-91).

Quatro jogadores estão na Vila: Walter Costa, Jacqueline Costa, Luiza Rocha e Fábio Rezende. Fábio é o atual número 1 do Brasil e tem uma relação bastante especial com o esporte: seu irmão, Fernando Rezende (falecido em 1996), é o único brasileiro campeão mundial de boliche, título que conquistou na categoria sub-23, nas Filipinas. Já Luiza, de 17 anos, é a maior promessa entre as mulheres e, recentemente, foi convidada por Fred Borden, técnico da equipe americana, para treinar nos Estados Unidos, o que pode acontecer ainda este ano. Completando a equipe brasileira está o casal Walter e Jacqueline, os únicos que estiveram nas quatro edições em que o boliche foi disputado.

"Conheci o Walter por causa do boliche. Fui levar umas bolas para fazer a furação e estamos juntos até hoje. E estamos juntos em qualquer lugar, como aqui em Santo Domingo, sempre competindo pela seleção brasileira", afirmou Jacqueline. Walter completa. "Jogamos por prazer, por amor ao esporte. No Brasil o boliche ainda é bastante amador e é por isso que uma medalha terá um significado ainda mais especial. Só para se ter uma idéia, nos Estados Unidos um profissional do boliche, de nível mediano para bom, chega a ganhar US$ 1 milhão por ano entre prêmios e patrocínios. No Brasil todos os jogadores têm atividades paralelas e se dedicam ao boliche por amor mesmo. Temos chances de brigar por um lugar no pódio e vamos lutar", frisou Walter Costa, que esteve na equipe quinta colocada nos Jogos de Winnipeg-99.

Serão 12 partidas em cada torneio (individual e por equipes) e as regras são bem simples; cada competidor faz dois lançamentos com a intenção de somar o maior número possível de strikes (nome que se dá à jogada perfeita, quando se derruba os 10 pinos na primeira bola). Cada strike conseguido vale um bônus na pontuação, sendo que esta pode chegar a 300 pontos (12 strikes, uma partida perfeita). Há uma linha limite que não pode ser pisada pelo jogador (o que implicará punição) e o objetivo, claro, é derrubar todos os pinos. Apesar de não fazer parte do programa olimpico, o boliche é um dos esportes mais praticados no mundo. Segundo César Maciel, são aproximadamente 100 milhões de jogadores em 160 países filiados à federação internacional.