São Paulo, 1/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que é prematuro para o PSDB julgar os seis primeiros meses do governo sem fazer uma avaliação dos oito anos que permaneceu no poder. Lula rebateu as criticas que sofreu de tucanos esta semana.
O presidente afirmou que tem tido com o PSDB uma "relação política de alto nível, democrática". Destacou os governadores, mas ressaltou que "qualquer pessoa responsável" sabe como os tucanos deixaram o país. Lula disse que sua primeira responsabilidade, ao assumir, foi ordenar o que estava desordenado.
O presidente destacou que, em dezembro, a perspectiva de inflação era de 40% e agora é de apenas 7%. De acordo com Lula, os tucanos sabem que quem elevou a dívida do Brasil de R$ 67 bilhões para R$ 800 bilhões não foi o PT, mas o PSDB.
O presidente se disse convencido de que vai fazer o país voltar a crescer, gerar os "empregos necessários" e realizar distribuição de renda. Ele afirmou que o segundo semestre deste ano será muito mais positivo que o primeiro. "Estamos trabalhando nos principais projetos de infra-estrutura do país", disse Lula.
Ele afirmou ainda que pretende trabalhar em parceria com o setor privado e utilizar todo o potencial que o Estado tem para gerar emprego. "A crise na economia é mundial", lembrou o presidente. Lula reconheceu também a reforma agrária como um problema social a ser resolvido.
Lula disse também que "ministro age como se fosse filho, todos querem dinheiro", ao comentar declarações do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, de que não há como fazer a reforma agrária sem dinheiro. O presidente disse que os recursos só podem ser disponibilizados em função do que está no orçamento. "Nós estamos preocupados com a questão dos assentamentos e vamos tentar arrumar o dinheiro possível para fazer os assentamentos possíveis", disse o presidente.
O presidente diz reconhecer que a questão agrária é um problema social a ser resolvido, mas fez ressalvas quanto às manifestações de movimentos sociais. "Nós não ganhamos as eleições para acabar com as tensões, com as reivindicações. Pelo contrário, nós queremos lidar com elas da forma mais democrática possível", afirmou, destacando, porém, a importância do cumprimento da lei.
Sobre o Pontal do Paranapanema, o presidente lembrou que o conflito existe desde 1982, quando Franco Montoro (PSDB) era governador. Disse que o PSDB governa São Paulo há mais de 10 anos e "já poderia ter cuidado do problema".
Lula concedeu uma entrevista coletiva, nesta sexta-feira, após almoço, com a prefeita Marta Suplicy, na sede da administração municipal de São Paulo. Pela manhã, ele participou da inauguração do Primeiro CEU (Centro Educacional Unificado), projeto social da prefeitura que une educação integral, esporte e lazer em unidades na periferia paulistana.