Superávit primário decorreu de represamento da economia, diz presidente da Abrinq

31/07/2003 - 15h54

São Paulo, 31/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O resultado recorde de superávit primário obtido no primeiro semestre deste ano, de R$ 40,009 bilhões, ou 5,41% do Produto Interno Bruto (PIB), é muito bom para o país, mas é preciso levar em conta que só foi alcançado porque há represamento da atividade econômica. A análise é do economista Synésio Batista, presidente do Conselho Regional de Economia e da Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq).

O economista lembrou que dois fatores colaboraram para esse salto: a redução da atividade econômica e o aumento do desemprego, que chega a atingir 22% da População Economicamente Ativa nas capitais. Ele também disse que o governo não tem realizado investimentos na área de infra-estrutura como, por exemplo em energia elétrica, o que pode comprometer a expansão da atividade produtiva, no futuro.

De acordo com Batista, o volume é volátil, já que governo vai precisar de algo próximo a US$ 70 bilhões para fechar as suas contas. Além disso, ele observou que as empresas estrangeiras não têm demonstrado disponibilidade de investir no Brasil. Como essa folga financeira não se sustenta por muito tempo, avalia ele, "continua sendo necessária" a renovação do acordo de empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Para o economista, a entrada de capital novo é essencial para ajudar a reativar o desenvolvimento.