Reforma da Previdência deve ser votada, em primeiro turno, até 12 de agosto

31/07/2003 - 19h05

Brasília, 31/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - As discussões sobre o relatório do deputado José Pimentel (PT-CE) no plenário da Câmara devem começar na próxima quarta-feira (6). A expectativa do governo é de que o texto da reforma previdenciária seja votado, em primeiro turno, até o dia 12 de agosto. As informações são do líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA). Ele garante que apesar de o calendário ter sido adiado em uma semana, a agenda do governo não ficará atrasada. "O propósito era votar o relatório em plenário, em primeiro turno, até a primeira quinzena de agosto e, em segundo turno, até o final do mês", disse Pellegrino.

Para o líder do PFL, José Carlos Aleluia (BA), o ideal é que o relatório sobre a reforma da Previdência não seja votado em plenário no mês de agosto. "A reforma previdenciária é fundamental para o país, mas não há necessidade de tratá-la em regime de urgência. A Constituição Federal não foi feita para ser alterada de forma tão rápida", afirmou. Segundo Aleluia, o governo deve conceder mais tempo para que a proposta ganhe homogeneidade, pelo menos dentro do próprio Legislativo. "Do jeito que está, não será aprovada em plenário", acredita.

Nelson Pellegrino disse ser remota a possibilidade de mudanças no relatório da reforma e a concessão de mais tempo para se analisar a proposta, em função do déficit previdenciário. "A intenção do governo é votar o relatório da forma que está", acrescentou. Durante a reunião de hoje do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e líderes da base, ficou acertado que partidos aliados devem votar integralmente, em plenário, o texto de Pimentel. Na próxima segunda-feira (4), Lula vai se reunir novamente com José Dirceu e líderanças para dar a palavra final sobre a proposta de reforma da Previdência, antes da viagem à África.

Sobre a convocação extraordinária no mês de julho, Pellegrino disse ter sido bastante produtiva. "Neste período, registrou-se o maior volume de anotações taquigráficas dos últimos tempos", disse, referindo-se ao excesso de trabalho dos parlamentares. Acrescentou que defende e já sugeriu ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha, a criação de uma comissão especial para diminuir o recesso dos parlamentares. "Se isso acontecer, vamos trabalhar em julho sem precisar ganhar dois salários extras", defendeu o líder.