Vice-líder do governo diz que magistrados voltaram à razão

30/07/2003 - 18h22

Brasília, 30/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os magistrados "voltaram à razão", ao cancelar a greve que haviam marcado para o próximo dia 5. A afirmação é do vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Professor Luizinho (PT-SP). Segundo ele, as entidades sindicais do judiciário ultrapassaram os limites do razoável quando optaram pela greve como forma de pressionar o governo para modificar a proposta de reforma da Previdência. Luizinho disse que o governo sempre esteve aberto ao diálogo, mas ressalvou: "qualquer alteração depende da palavra final do presidente Lula".

O deputado Aloísio Nunes Ferreira (PSDB-SP) foi mais longe na crítica aos magistrados, dizento que sempre achou a greve um absurdo. "Era uma insensatez, desmerecia a história do poder republicano", afirmou. Segundo o parlamentar tucano, seria inadmissível que os magistrados, por uma questão salarial, criassem uma crise institucional. Ele também não poupou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Maurício Corrêa. Disse que ficou "estarrecido" com as declarações de Corrêa, ontem, segundo as quais os membros do judiciário que se julgassem prejudicados com a reforma previdenciária poderiam recorrer ao STF. "O ministro está, cada vez mais, assumindo a posição de liderança sindical que não condiz com a atitude decorosa que o presidente do Supremo deve adotar", alertou o deputado.

Já o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), entendeu que, cancelando a greve, magistrados mostraram disposição de avançar no diálogo. "Eles não são intransigentes. Quem estava sendo intransigente era o governo do presidente Lula, que achou que podia colocar sua força por cima dos poderes legislativo e judiciário". De acordo com Aleluia, agora que o governo percebeu que é preciso negociar para avançar, a decisão dos magistrados deve ser muito bem recebida.