Países ainda não têm consenso sobre águas de lastro

30/07/2003 - 12h47

Rio, 30/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A questão da troca de água de lastro dos navios (água que é introduzida nos porões dos navios para manter seu equilíbrio) é debatida há algum tempo no Brasil e outros países, sem que se defina qual a melhor solução para o problema. Duas opções são bastante discutidas pelos envolvidos no assunto: a primeira apóia o tratamento químico da água, despejando-a em seguida nos portos, e a segunda prevê a troca da água em alto mar.

Para o diretor da Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq), Carlos Alberto Wanderley Nóbrega, no primeiro caso o problema está no fato de ainda não existir um estudo garantindo que o tratamento químico realizado e o despejo da água nas baías são totalmente seguros e não prejudicam o meio ambiente local, além do fato do processo ser considerado caro.

"No caso do Brasil defendemos junto a Organização Marítima Internacional que a água de lastro dos navios seja realizada em alto mar, disse Nóbrega. Segundo ele, a Antaq fiscaliza a ãtividade de forma mais gerencial. "Verificamos, por exemplo, se os portos têm licença ambiental e se estão dentro das normas estabelecidas pela Agência Nacional de Petróleo e outros órgãos responsáveis".

Nóbrega informou que atualmente os portos nacionais solicitam o licenciamento ambiental de de forma global, ou seja, para todo o porto, ou individual para cada terminal, como é o caso dos portos de Sepetiba (RJ), Rio e Santos.

A água de lastro é responsável pela migração de espécies marinhas que acabam impactando o ecossistema dos países. É o caso do caramujo africano que entrou no Brasil por meio da Argentina e hoje, por falta de um predador natural, causa sérios problema de entupimento nas tubulações e geradores das usinas hidrelétricas.