Governo Federal e Paraná não chegam a acordo sobre pool de energia

30/07/2003 - 19h58

Brasília, 30/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou hoje que o novo modelo para o setor elétrico deve ser tratado como uma questão nacional e não vai privilegiar um ou outro estado. Dilma Rousseff reuniu-se hoje com o governador do Paraná, Roberto Requião para discutir a incorporação das geradoras do estado no pool de energia das distribuidoras, mas não foi fechado um acordo.

Na opinião da ministra, o governador do Paraná tem sido peça importante para a negociação do setor, mas apesar da disposição dele em negociar, não há como acatar o pleito de Requião. Dilma Rousseff disse não considerar um choque de opiniões e que está aberta a receber propostas. "Não há como fazer alteração no modelo porque o que tem que ser levado em consideração, no momento, é a legislação e a questão nacional e não questões pontuais", ressaltou a ministra.

Requião afirma que o governo federal não pode desapropriar indiretamente as usinas do Paraná, e defende a autosustentação das usinas. Segundo o governador, o Paraná investiu milhões de dólares ao longo de décadas e tem uma energia barata porque as usinas geradoras já foram amortizadas. "Não se pode ocupar o Paraná e desapropriar a geração. Já basta para mim os sem-terra, não preciso da política energética", enfatizou.

Apesar das divergências de opiniões, Dilma teceu elogios ao governador, e este, por outro lado, fez o mesmo. "Estamos negociando, Dilma é minha amiga pessoal e isso não é uma guerra, é uma tentativa de conciliar modelos", afirmou Requião.

Para o governador do Paraná, o modelo proposto pela ministra de Minas e Energia atende à necessidade brasileira, mas prejudica o Paraná, que investiu no setor. Por outro lado, Requião declarou que o Paraná pode oferecer o excedente de energia para o pool nacional, mas quer ficar com autosuprimento nos preços, que foram conseguidos com investimentos sólidos.