Bastos avisa: Repressão, sim, mas questão social não é caso de polícia

30/07/2003 - 11h12

Brasília, 30/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse hoje, em entrevista ao Bom dia Brasil, da TV Globo, que o governo está agindo firme, dentro da lei, para conter a violência das disputas por terra no país. Mas descartou o uso de violência ou de excessos na repressão porque, para o atual governo, questões sociais não serão tratadas como caso de polícia. "Vivemos num estado de direito democrático", enfatizou.

Segundo o ministro, o governo vem fazendo tudo o que deve ser feito em relação às invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). "Reconhecemos a existência da questão social, que é grave, mas sabemos que não é um caso de polícia", reafirmou. Thomaz Bastos garantiu, em resposta aos que cobram mais repressão, que "o governo não está dormindo quando as coisas acontecem.

A Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conforme relato do ministro, têm feito um trabalho de mapeamento e de observação dos conflitos pela terra de forma criteriosa e eficiente. "Mas não queremos que se peça de nós violência, ou que nos excedamos na repressão", argumentou.

Sobre o acirramento dos conflitos no Pontal de Parapanema, o ministro argumentou que o problema não é novo, remonta há mais de 20 anos e que se ainda não foi resolvido é porque a solução não é fácil. Ele disse que o estado lançará mão do monopólio legal da violência, sempre que houver ameaça à lei e à ordem, mas com método e uso eficiente dos instrumentos de segurança. "O governo está preparado e não vai admitir a quebra da legalidade", assegurou.

Para o ministro, era esperado que o governo do PT causasse insuflamento das reivindicações sociais. Mas ele advertiu que essas demandas que só podem ser feitas dentro da Lei. "Não se pense que, por ser do PT, esse governo será leniente e vai deixar as coisas acontecerem. Nós vamos trabalhar dentro das balizas estritas da legalidade", enfatizou.

Thomaz Bastos informou ainda que, estatisticamente, não houve crescimento significativo no número de invasões.