Brasília, 29/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Hoje faz cinco anos que o setor de telecomunicações foi privatizado, separando as 12 empresas holdings regionais que integravam a Telebrás. Considerada o maior processo de privatização já feito no Brasil, o valor arrecadado com os leilões chegaram à R$ 22,058 bilhões.
Antes das privatizações, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), havia cerca de 20,2 milhões de linhas instaladas. Cinco anos após, o número havia mais que dobrado, chegando a 43,3 milhões, superando a previsão do Ministérios da Comunicações em 3 milhões de linhas. Hoje médio das ações foi de 63,7%.
O secretario de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Pedro Jaime Ziller, destacou que a privatização permitiu um crescimento das linhas e facilitou o acesso da população à telefonia. Em julho de 1988, havia 12,5 linhas para cada 100 habitantes. Em junho de 2001, essa densidade havia aumentado 25,5 % ou seja chegou a 14 por 100 habitantes. Mas o maior crescimento foi o da telefonia móvel, que pulou de 5,6 milhões de celulares para os atuais 38 milhões, ficando em nono lugar no raking mundial.
Atualmente, de cada 10 brasileiros dois tem uma linha de telefonia móvel. Uma das razões foram as licenças para a operação na Banda B de celulares. "O modelo foi muito feliz ao atender a população, principalmente com as metas de universalização e os celulares pré-pagos", diz Pedro Jaime.
Já o engenheiro eletrônico e especialista em telecomunicação, Antônio Durão, diz que uma vantagem da privatização foi a melhoria da qualidade do serviço. "Antes, grande parte das estações eram analógicas, hoje a maior parte da tecnologia é digital’, destaca o especialista. Hoje ele diz que é raro não haver linha quando tiramos o telefone do gancho ou a ligação cair errado.
Apesar dos benefícios, a privatização também teve pontos negativos. Um deles foi o aumento das tarifas. Enquanto a habilitação ficou muito mais barata, tendo uma queda de até 98%, o preço das tarifas subiu em até 512% desde a privatização. Essa seria uma das principais razões do grande número de linhas encalhadas, que chegam a quase 20% do total instalado, totalizando quase 11 milhões de linhas sem uso. "Isso se deve principalmente a falta de concorrência, já que as empresas espelho falharam em competir no mercado", explicou o secretario Paulo Jaime.
Outro ponto que ele critica foi a queda de postos de emprego na telefonia. Antes das privatizações, havia cerca de 22.8000 trabalhadores na área. Hoje eles são menos de 11.300.