Brasília, 29/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Representantes da Associação Nacional dos Distribuidores de Gás Liquefeito (Angás) apresentaram hoje à secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Maria Foster, uma proposta para liberalizar o mercado de gás e acabar com as marcas gravadas nos botijões. Essa prática permite aos grandes fornecedores reter esses recipientes, o que dificulta o crescimento da atividade dos pequenos distribuidores. Para os eles, se o nome das empresas deixar de ser gravado nos botijões, qualquer distribuidor poderá vende o gás de cozinha.
Segundo o porta-voz da Angás, Jarbas Marchioni, as grandes companhias dominam 96% do mercado. Para que haja competitividade no setor, os pequenos distribuidores defendem a liberação do mercado e acusam as grandes empresas de adotar práticas de cartel. "Nós achamos que o cartel, para manter sua existência utiliza práticas monopolistas, que fazem com que o setor tenha custos desnecessários e encareça o produto", afirmou. Marchioni ressaltou que o setor espera que a nova legislação da Agência Nacional de Petróleo mude a situação, permitindo ao consumidor ter acesso a um produto de qualidade, com segurança e preço mais baixo.
Para o presidente da Angás, Demétrio Zacharias, a marca nos botijões é apenas um pretexto para dificultar a entrada de novas companhias no mercado e impedir o crescimento das pequenas. "O sistema de destroca, é uma concorrência desleal, pois os botijões das empresas regionais são espalhados por todo Brasil e dificilmente são recuperados, pois estão sob o porte das grandes companhias". A projeção de Zacharias é de que, com a liberação do mercado e com o fim das marcas dos botijões, as pequenas empresas consigam reduzir 5% do preço total do produto para o consumidor. "As empresas regionais têm condições de vender o produto mais barato, por estarem mais próximas do consumidor", afirmou.