Máquina para testar prótese por apenas R$ 12 mil

29/07/2003 - 14h40

Brasília, 29/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Doze mil reais. Este é o preço aproximado da máquina para testar próteses médicas desenvolvida pelo engenheiro Carlos Alberto Marinheiro. O equipamento, criado dentro do Programa de Bioengenharia Interunidades da Universidade de São Paulo (USP) é US$ 160 mil mais barato que os similares internacionais.

Segundo o engenheiro, o diferencial que possibilitou a significativa redução de custos está no método usado na realização dos testes. Enquanto os equipamentos similares utilizam o processo hidráulico, sem o uso de alavanca, a máquina nacional usa o processo mecânico, onde um pistão move-se verticalmente impulsionando duas alavancas que fazem pressão sobre a prótese, explica Marinheiro.

Amplamente empregadas pela medicina, principalmente pela ortopedia, as próteses precisam passar por testes rigorosos de qualidade e de durabilidade do material componente. E o motivo é muito simples: por se tratar de um processo cirúrgico complexo, se o paciente tiver de trocar uma prótese defeituosa terá que ser submetido a duas cirurgias desgastantes em um curto espaço de tempo. "A verificação prévia da qualidade da prótese pode evitar esse problema", diz o engenheiro.

Até pouco tempo, as próteses fabricadas no país eram testadas quanto à sua media e materiais, mas a sua durabilidade não era corretamente avaliada devido aos altos custos dos equipamentos de certificação. Com a nova máquina, será possível simular processos de fadiga a um custo bem menor.

A peça criada nos laboratórios da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) permite que outros materiais de uso ortopédico também sejam testados, bastando apenas que seja regulada para tal função.

Para a validação da máquina, uma prótese femural foi submetida a 139 horas de teste, quando foi simulada uma situação de fadiga decorrente de um uso diário. Agora, o equipamento precisa ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa ser oficialmente utilizado nos procedimentos de testes. (Com informações da Agência USP de Notícias)