Empresas se unem para fundar organização destinada a proteger a Mata Atlântica

29/07/2003 - 17h54

Rio, 29/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - As empresas Aracruz Celulose, Veracel, Petrobrás e DuPont do Brasil aliaram-se à organização não-governamental Conservation International e lançaram hoje o Instituto BioAtlantica (Ibio), com a missão de preservar os 7,2% remanescentes do total de 1,3 quilômetros quadrados de Mata Atlântica. Esta é a primeira vez em que setores tradicionalmente antagônicos se unem para desenvolver uma agenda comum para a preservação e recuperação da biodiversidade brasileira em larga escala, afirmou o diretor executivo do Ibio, André Guimarães. Atualmente, apenas 1% da área remanescente de Mata Atlântica é protegido.

O instituto receberá investimentos de U$ 1 milhão, ao longo de cinco anos, podendo agregar novos membros que partilhem do mesmo objetivo e compromisso de seus fundadores. Guimarães informou que, na primeira etapa, o trabalho da nova organização conservacionista brasileira se concentrará no Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Essas são regiões prioritárias para o desenvolvimento de uma das mais eficazes estratégias de conservação da natureza, os Corredores Ecológicos, disse ele.

Guimarães explicou que um corredor ecológico é formado por uma rede de parques, reservas e outras áreas de uso menos intensivo, gerenciados de forma integrada, para garantir a sobrevivência do maior número possível de espécies de uma região. Para isso, são compatibilizadas a atividades produtivas com a conservação dos ecossistemas e buscando o equilíbrio entre as ações humanas e a preservação ambiental.

Segundo dados do Ibio, o desmatamento que ocorre no Brasil, na Mata Atlântica - a segunda floresta mais ameaçada de extinção do planeta - desde a época do Descobrimento, equivale a 29 vezes a área do Rio de Janeiro. O ritmo de desmatamento corresponde a um campo de futebol a cada quatro minutos.