Brasília, 29/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, espera que os juízes estaduais usem o "bom senso" e não paralisem as atividades, a partir do dia 5, como forma de pressionar o governo a mudar a reforma da Previdência. "O Supremo Tribunal Federal já disse que não há possibilidade de ser feita uma greve, que ela é ilegal, é inconstitucional. O governo sempre esteve aberto ao diálogo, os líderes na Câmara, o relator, estão à disposição do Judiciário. O presidente já disse e todos nós esperamos que o bom senso predomine", afirmou.
Depois de participar da reunião da Comissão Executiva Nacional do PT, Dirceu disse que o governo vai defender a aprovação, em plenário, do relatório do deputado José Pimentel (PT-CE), sobre a reforma da Previdência, aprovado na semana passada na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Segundo o ministro, a expectativa do governo é de que a proposta seja votada em plenário na semana que vem.
José Dirceu disse também que a reforma agrária será uma das prioridades do governo no segundo semestre e reafirmou que a intenção é assentar 60 mil famílias até março, prazo que considera razoável. Acrescentou que a reforma será feita dentro da lei e das possibilidades orçamentárias. "O objetivo do governo é mudar a qualidade dos assentamentos. Não podemos fazer como no passado, quando os assentamentos eram feitos sem condições para a produção, para agregar valor, sem água, sem luz, sem estradas, sem mercados próximos e sem possibilidade de assistência técnica", afirmou.
Sobre as invasões dos sem-terra e dos sem-teto, o ministro destacou que não se deve fazer "luta político-partidária ou político-eleitoral com esses temas". "A disposição do governo federal é trabalhar junto com os governos estaduais e com as prefeituras para resolver essas questões que são sociais e políticas ao mesmo tempo".