São Paulo, 28/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro, disse que a preocupação do setor empresarial, com o momento econômico do país, é concreta, tem seriedade e será examinada pelo conselho.

No inicio da reunião de hoje, Eugênio Staub, presidente da Gradiente, chegou a comparar a crise atual com a de 1965. Sobre isso, Tarso Genro disse não concordar com esse "conceito". Segundo ele, o momento atual é de transição e é natural que ocorram essas preocupações. "Qualquer manifestação, como essa, no conselho representa um sinal amarelo", disse Genro.

Entretanto, para ele, é no conselho que essas discussões devem ocorrer "para que o governo possa produzir as decisões políticas". Questionado sobre a urgência dos movimentos sociais no país, Genro avaliou como normais, dentro de um país como enorme grau de exclusão social. O ministro fez questão de ressaltar "que o país vive dentro de um estado democrático de direito. O governo tem a tranquilidade em garantir que a constitiuição será cumprida, contra qualquer violação, venha da onde vier", disse Genro.

Segundo ele, os movimentos sociais não são vistos como uma ameaça, e sim "como um desejo de participação da sociedade". Sobre as medidas para a definição de uma agenda para o desenvolvimento economico, Genro citou algumas ações do governo como o crescimento de 12% de aumento no investimento para o financiamento da safra agricola do próximo ano.

Ele lembrou também da medida anunciada que trata da abertura de micro-créditos para pessoas de baixa renda. No entanto, ressaltou que a preocupação do governo não está em criar "uma bolsa artificial de crescimento. O governo Lula pretende fazer uma mudança no país, "construída com tranquilidade" declarou Genro.

O encontro do Conselho prossegue em um hotel na capital paulista, onde o grupo de trabalho está discutindo os fundamentos estratégicos para o desenvolvimento. A discussão prossegue amanhã no Rio de Janeiro.