Efeitos maléficos da ocupação irregular de terras em debte

28/07/2003 - 10h15

Brasília, 28/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A ocupação irregular de áreas de preservação ambiental no Distrito Federal trará, em longo prazo, efeitos maléficos para todos os habitantes da região como o agravamento da falta de recursos hídricos. O alerta é do coordenador de Projetos Ambientais da Organização Não-Governamental Câmara de Cultura, Henrique Cortez, um dos palestrantes do seminário "Riscos Ambientais Urbanos", que será realizado na próxima quarta-feira, na Câmara dos Deputados.

Além da grilagem de terras no DF, serão discutidas questões referentes a riscos ambientais como favelização, ocupação e deslizamento de encostas, alagamento, inundação, coexistência de áreas industriais e residenciais. Cortez considera o tema uma espécie de tabu, porque "ninguém gosta de discutir esse tipo de política pública". "Vamos acabar com o tabu e entender que são necessárias políticas públicas no que se refere ao uso e ocupação do solo", observou o coordenador, em entrevista ao programa NBR Manhã, do canal de TV a cabo da Radiobrás.

Segundo ele, o objetivo do evento não é propor soluções, mas colocar esses assuntos em discussão, para que as soluções possam ser encontradas e viabilizadas. Como graves conseqüências de risco ambiental urbano, Cortez citou os deslizamentos provocados pelas chuvas ocorridos este ano em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os dois episódios deixaram um saldo de 83 mortos: 36 no Rio e 47 em Minas.

"São casos de ocupação de áreas instáveis, de favelização", destacou o coordenador, acrescentando que a solução do problema de deslizamento de encostas passa pelo cadastramento das áreas de risco e identificação das pessoas que nelas vivem, para que possa ser definido um gerenciamento emergencial. "Se houver risco de deslizamento, a população tem que ser retirada antes", explicou. Mas, para Cortez, melhor seria impedir que as ocupações tenham continuidade ou ainda desocupar essas áreas.