Brasília, 25/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) afirmaram hoje, em nota à imprensa, que as declarações do líder do movimento, João Pedro Stédile, publicadas no jornal gaúcho "Zero Hora" e reproduzidas pela mídia nacional, foram "claramente manipuladas e distorcidas, com má intenção". Segundo os dirigentes do MST, "o Movimento Sem Terra não emite declarações ou entrevistas para nenhum veículo do grupo RBS, por sua postura parcial e favorável ao latifúndio. Acreditamos que este é um grupo de comunicação que não merece credibilidade".

Os líderes do movimento reafirmam a intenção de lutar para fazer cumprir o Artigo 184 da Constituição Federal, que prevê a desapropriação de latifúndios improdutivos. O MST também defende, na nota, "uma sociedade em que a imprensa não trate a notícia como mercadoria, valendo-se do sensacionalismo para aumentar as vendas de exemplares de jornais". Como latifúndio improdutivo, os sem-terra citam o Complexo Southall, em São Gabriel (RS), "maior do que 133 municípios gaúchos e com dívidas com os cofres públicos superiores ao valor da própria propriedade".