Berzoini: governo não negocia mudança no subteto de juízes para suspender greve

25/07/2003 - 16h57

São Paulo, 25/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, disse hoje, em São Paulo, que o governo não está negociando mudanças no subteto salarial dos juízes para suspender a greve marcada para o dia 5 de agosto. "Não há negociações em andamento sobre isso. O nosso posicionamento agora é de observar e acompanhar os entendimentos no âmbito do parlamento", afirmou. Berzoini participou de seminário sobre a reforma da Previdência, promovido pelo diretório estadual do PT.

Ele ressaltou que o governo tem como postura dialogar sempre com os trabalhadores, mas que aqueles que reivindicam, por exemplo, a retirada da proposta de reforma da Previdência do Congresso, não estão buscando negociação, estão buscando impor algo ao governo. "O governo não aceita esse tipo de posição", acrescentou.

Segundo o ministro, o governo federal está confiante na aprovação da reforma e não tem qualquer pretensão de alterar o texto que foi aprovado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. "Tenho plena convicção de que a reforma da Previdência será concluída este ano e que nós poderemos, inclusive, aprovar, ainda no final do ano, as leis ordinárias que complementam, do ponto de vista da legislação fundamental para a previdência, aquilo que nós pretendemos com a reforma", afirmou.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, disse que a entidade pretende encontrar um meio termo entre as posições do governo e dos servidores sobre a reforma e reafirmou a posição da Central em relação ao texto do relatório que está em tramitação no Congresso Nacional. "Na opinião da CUT, o relatório aprovado não representa uma reforma da Previdência que corresponda às reivindicações da Central. A CUT vai continuar insistindo para mudar, no plenário, o conteúdo do relatório", disse.

Para o presidente do PT, José Genoíno, o partido vai demonstrar sua coerência sobre a questão, comprovando ser "um PT de 23 anos de história, que sempre defendeu uma previdência universal, com piso de um salário mínimo e teto de dez salários mínimos". Ele ressaltou que os documentos do PT, "inclusive o programa que elegeu Lula", sempre deixaram clara a posição do partido sobre a questão previdenciária.