Brasília, 23/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O setor de papel e celulose está confiante na condução da economia pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e espera, nos próximos 10 anos, aumentar em US$ 2 bilhões os investimentos no país. Até 2012, o setor espera investir US$ 14 bilhões, o que vai permitir dobrar as exportações de celulose e manter a grande participação do papel brasileiro no mercado internacional.
"O presidente Lula entendeu que chegou o momento do país crescer. Ele vai colocar toda a sua equipe à disposição do setor", garantiu o presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Osmar Elias Zogbi. Os números foram apresentados hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela diretoria da Bracelpa, durante reunião no Palácio do Planalto.
A meta do setor é dobrar para 14 milhões de toneladas a produção de papel e celulose, que [é de 9 e 8 milhões de toneladas, respectivamente. A Bracelpa acredita na recuperação da economia como forma de viabilizar as projeções otimistas para o futuro. O programa de investimentos da Associação tem como meta gerar, nos próximos 10 anos, 60 mil novos empregos - especialmente para pequenos e médios agricultores.
A Bracelpa vai firmar parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para viabilizar o financiamento dos pequenos e médios agricultores que atuam no setor. O BNDES deve viabilizar 40% do valor total dos financiamentos, mas as empresas de celulose pretendem aumentar esse valor para 50%. "O presidente nos recomendou que a maior agilidade possível em novos projetos para o BNDES", ressaltou Zogbi.
Com a produção de oito milhões de toneladas de celulose por ano, o setor ocupa o 7º lugar entre os produtores mundiais e o 11º entre os produtores de celulose. As exportações somaram US$ 2,1 bilhões no ano passado, com saldo comercial positivo de US$ 1,5 bilhão.
O setor de papel e celulose ainda espera, porém, uma ação mais ativa do governo na condução da economia para permitir maior crescimento das exportações. O presidente da Bracelpa considerou "tímida" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir em 1,5 ponto percentual a taxa básica de juros da economia (taxa Selic). "No nosso caso, o reflexo (da redução da taxa Selic) é muito pequeno. Mas a redução dos juros será importante quando atingir o consumidor final. Gostaríamos que fosse uma redução maior", defendeu Zogbi.
Já as reformas tributária e previdenciária vão permitir, segundo o presidente da Bracelpa, novos investimentos para as indústrias do setor. "Com elas, os investimentos serão concretizados mais rapidamente", garantiu. Osmar Zogni espera, para os próximos dez anos, o crescimento interno do país entre 4 a 5%. "É o momento do setor voltar a investir, a crescer", resumiu.