São Paulo, 23/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirma, em nota, que a redução dos juros de 26% para 24,5% ao ano deveria ter sido acompanhada da baixa nas alíquotas de recolhimento compulsório. Além disso, alerta que tal decisão pode implicar no agravamento do desemprego e da saúde financeira das empresas. "Ainda não vimos o fundo do poço", alerta.
"A surpreendente decisão do Copom de reduzir a taxa básica em apenas 1,5 ponto percentual, e não mexer nas alíquotas de recolhimento compulsório fará com que a economia se desacelere por mais tempo", diz a nota divulgada pela Fiesp.
A decisão do Banco Central, segundo a entidade, não é suficiente para alterar o cenário atual da economia no país. " Esse excesso de zelo ameaça agravar o quadro atual de desemprego e deteriorar ainda mais a saúde financeira das empresas. Ainda não vimos o fundo do poço", alerta a Fiesp.
Segundo a Fiesp a redução da Selic " veio tardiamente. Neste momento, é baixa a capacidade de reação da economia a estímulos de política monetária. A taxa de desemprego está em patamar altíssimo e cresce. Por sua vez, os empresários se vêem forçados a puxar o freio de mão para desovar estoques indesejados, enquanto a demanda desaponta a cada mês".
"A tênue esperança que ainda resta está atrelada à retomada do consumo via crédito. Mas, para isso, seria absolutamente fundamental reduzir as alíquotas de recolhimento compulsório, ao mesmo tempo em que se cortam juros. Isso possibilitaria amenizar o custo do crédito e criar estímulos para que essa injeção de liquidez fluísse dos cofres dos bancos para as empresas e consumidores. Diante da imperiosa necessidade de aumentar a oferta de crédito e reduzir o seu custo, consideramos inexplicável a decisão do Banco Central de reduzir os juros em apenas 1,5 %e preservar as atuais alíquotas de recolhimento compulsório", concluiu a Fiesp que representa 129 sindicatos patronais, ou seja , cerca de oito mil indústrias no Estado.