Rio, 23/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O julgamento dos oito acusados das 21 mortes e quatro tentativas de homicídio na madrugada de 30 de agosto de 1993, no Parque Proletário de Vigário Geral, no Rio, está começando agora no 2º Tribunal do Júri. Dez anos depois da chacina de Vigário Geral, os policiais Edison Barbosa, André Luiz Vigário da Silva, Sidnei Paulo Menezes de Oliveira, Luiz Carlos da Silva, Marcelo Amaro Rodrigues da Silva, Marcos Batista Gomes, Carlos José de Lima Teixeira, além de Marcelo Sarmento Mendes, vulgo Repolhão, serão julgados pela primeira vez.

Pedro Flávio da Costa, acusado de ter jogado na Baía de Guanabara parte do armamento utilizado nos crimes, será julgado por fraude processual. Caso haja necessidade, o juiz Luiz Noronha Dantas continuará o julgamento na próxima quarta-feira (30). Os réus foram denunciados pelo Ministério Público em 1995, junto com outras dez pessoas, das quais nove foram impronunciadas e uma morreu. O processo ficou conhecido como Vigário II, porque todos foram investigados a partir de gravações de conversas de policiais presos, acusados dos mesmos crimes em setembro de 1993, no chamado Vigário I. Na ocasião, o Ministério Público denunciou 33 pessoas, sendo 31 policiais.

De acordo com o Ministério Público, os crimes de Vigário Geral foram praticados por vários grupos. O motivo de todos os crimes seria vingança pela morte de quatro policiais militares, ocorrida dois dias antes no mesmo bairro. Em seus interrogatórios, os oito policiais negaram envolvimento nos crimes, mas os acusados em Vigário I confirmaram suas participações.
(Angélica Gramático)