Brasília, 22/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A bancada do PSDB vai continuar apresentando emendas à proposta de reforma da Previdência do Executivo, afirmou o líder do partido na Câmara, Jutahy Magalhães (BA). Segundo ele, a reunião de hoje à tarde com o ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, na Câmara, não teve muito êxito. Serviu apenas para o governo mostrar a importância da reforma e pedir apoio. "Nós não concordamos com esta proposta, e o governo parece estar fechado para mudanças no texto", disse o parlamentar.
Segundo Jutahy, o partido defende um período de transição para a reforma e estabelecimento de normas gerais para os fundos de aposentadorias complementares, baseadas no regime de contribuição definida. "E o relatório diverge em relação a esses dois pontos", acrescentou.
Sobre a possibilidade de o relatório definitivo da reforma da Previdência ser votado ainda nesta semana, Jutahy disse ser inviável. "O governo ainda nem se ajustou com a base aliada, o que gera uma insegurança em toda a sociedade em relação à proposta atual", afirmou.
O vice-líder do partido, Alberto Goldman (SP), que deixou a reunião da bancada antes de terminar, disse que a reunião não gerou efeito algum. "Falou-se, falou-se e não se chegou a lugar nenhum". Segundo ele, o partido não está satisfeito com a reforma, porque o ministro está fechado para mudanças. "Entrei nessa reunião do jeito que estou saindo. Ela foi somente para o ministro explicar a reforma e pedir apoio. Não foi uma reunião para discutir a reforma", acrescentou.
A bancada do PSDB ainda não definiu seu posicionamento quanto à aprovação do relatório na próxima quinta-feira (24), como anunciou o relator, deputado José Pimentel (PT/CE). "Nós ainda vamos nos reunir para discutir essa questão", afirmou Goldman.
Quanto à greve do Judiciário, parlamentares do PSDB disseram ser inadimissível. "Mas se chegou a esse ponto, o governo tem responsabilidade. Esta reforma não está agradando a todos", disse o vice-líder.
A agitação no Congresso Nacional também foi provocada pelos servidores públicos. No início da tarde, eles iniciaram um protesto contra a reforma nas duas casas. Manifestantes carregaram faixas com frases como: "Servidores são contra a reforma da Previdência"; e "PEC 40, caso de Polícia". Além das faixas, os servidores cantavam: "um, dois, três, quatro, cinco, mil. Parem essa reforma, ou paramos o Brasil".