Produção de café vai ficar aquém da expectativa, diz Rodrigues

22/07/2003 - 19h44

Brasília, 22/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A safra brasileira de café, na colheita de 2003/2004, deverá ser inferior à prevista pelo segundo levantamento levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento e divulgado no início deste mês. A segunda expectativa pessimista foi declarada hoje pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues.

Em anúncio no último dia dois, ele afirmou que as perspectivas já não eram boas e indicavam uma queda, em relação a passada, com a previsão inicial de ficar entre 27,85 e 30,08 milhões de sacas, ante 48,4 milhões de sacas em 2002/2003. Naquele momento isto já representava uma redução entre 42% e 37% menor, com cerca de 60% da colheita realizada. A final será publicada em meados de dezembro, com os números do café consolidados.

No início do mês o ministro destacou o desgaste natural da lavoura após uma grande produção como a de 2002/2003, sendo esperada a queda entre uma safra e outra é esperada. Ele também esclareceu que a redução foi ainda mais acentuada porque o produtor não investiu o suficiente em tratos culturais e em tecnologia. Hoje ele reforçou o alerta, justificando "este comportamento dos produtores devido aos baixos preços do produto e a conseqüente queda na renda do cafeicultor".

Hoje, durante a instalação da Bancada do Agronegócio do Café, e da posse da nova direção do Conselho Nacional do Café, na Câmara dos Deputados, o ministro reconheceu que o setor vive uma situação "muito delicada e que precisa de soluções criativas".

Ele admitiu a possibilidade de estudos para a criação de uma empresa, que poderia ser a Companhia Brasileira do Café. Outra alternativa de solução no médio prazo para o setor cafeeiro seria uma espécie de Recoop (Programa de Recuperação das Cooperativas. Para o ministro, isto melhoraria a competitividade do setor e baratearia custos. "O assunto já está sendo estudado no ministério e deve ser levado à apreciação da área econômica".

O ministro também negou que o governo esteja planejando antecipar os cotratos de opção de café que vencem em setembro e novembro. O Governo não vai mexer nas regras do jogo e está preparado para exercer as opções. O mercado do café é muito sensível e reage às notícias. Qualquer medida agora, na área comercial, será prejudicial e precipitada".