Brasília, 22/07/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) encerrou há pouco a primeira parte da reunião que vai definir a taxa básica de juros para os próximos 30 dias. Amanhã, o Copom divulga o valor da Selic. Boa parte dos analistas de mercado espera uma redução significativa - de pelo menos dois pontos percentuais - na taxa, que hoje é de 26% ao ano.

A taxa Selic baliza os juros cobrados em todas as modalidades de crédito disponíveis no mercado, porque é também utilizada pelos bancos quando precisam tomar empréstimos entre eles. A redução dos juros da economia em meio ponto, no mês passado, ainda não provocou alterações que podem se consideradas como importantes na vida do trabalhador.

Pesquisa do Procon em 12 instituições financeiras na capital paulista aponta queda de taxas dos empréstimos pessoais e do cheque especial. As linhas de empréstimos pessoais foram as que apresentaram maior redução: de 6,22% em junho para 6,02% em julho - queda de 0,2 ponto percentual. No cheque especial, a taxa passou de 9,43% para 9,27% ao mês - queda de 0,16 ponto.

Para a Fundação Procon, de São Paulo, o impacto da queda de 0,5 ponto na taxa básica de juros, no mês passado, ainda "é zero" no orçamento da família e o cheque especial, uma modalidade de empréstimo muito utilizada, ainda continua sendo um risco muito grande para o trabalhador.

O economista Miguel Ribeiro de Oliveira, da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) revela que a diferença nas taxas de juros ainda representa apenas centavos nas prestações cobradas pelas financeiras. Em junho, os juros do crediário caíram em relação a maio, de 6,74% para 6,73%.

A Anefac aconselha o consumidor a esperar um pouco mais se pretende fazer compras financiadas. Ao comprar agora, perderá a chance de pagar menos porque o comitê começará a reduzir os juros a partir de agora.