Palocci: crescimento não tem data marcada para começar, mas 2003 vai terminar melhor que começou

21/07/2003 - 11h26

Brasília, 21/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em entrevista ao "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, hoje, afirmou que o "crescimento" prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem data para começar. "Crescimento não tem ato inaugural. Ele é marcado por um início de processo em que as condições fundamentais para impedir a explosão inflacionária podem se colocar de maneira mais amena, hoje. O Copom no mês passado começou a reduzir os juros. Se a inflação continuar caindo, esse movimento pode continuar".

Mostrou otimismo ao garantir que 2003 terminará melhor do que começou: " não tenha dúvida disso. Nós já estamos, do ponto de vista macroeconômico, da inflação, do risco país, melhor do que começamos. Nós vamos terminar o ano com crescimento econômico", salientou.

Afirmou, ainda, que o governo não vai negociar o fundamental da reforma da Previdência que é a mudança para o novo sistema previdenciário. Segundo ele, "o Congresso Nacional tem direito de fazer mudanças até sem ouvir o governo, se assim desejar. Mas não tem sido assim. O diálogo da União com os congressistas, tanto com a base aliada quanto com o conjunto dos partidos, tem sido muito positivo. Eu acho que todos terão uma visão de responsabilidade".

De acordo com Palocci, o conteúdo fundamental da reforma da previdência não é tirar direito dos servidores, mas mostrar a eles que não se pode mais aposentar um servidor com 48 ou 55 anos de idade. "Era bom que pudesse, mas não podemos. E eu acho que os servidores vão compreender essa mensagem, porque é uma mensagem de valorização dos servidores e não de desvalorização. Se nós queremos um futuro de investimentos no Brasil, de estabilidade econômica e de garantias sociais de longo prazo é preciso fazer as reformas".

Sobre a greve dos juizes, o ministro disse concordar com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa, de que a greve no Judiciário, em protesto contra a reforma da Previdência, seria inconstitucional. "Não acredito que os juízes fariam um ato inconstitucional. Eles podem se manifestar, apresentar suas reivindicações".

Em relação aos contratos de telefonia e de energia, o ministro da Fazenda disse que "não se pode esperar investimentos no País, se o governo não deixar claro que os contratos estabelecidos não serão preservados", concluiu.