Brasília, 21/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A semana será de intensas reuniões para tentar votar, até sexta-feira, a proposta de reforma da Previdência na comissão especial da Câmara. A afirmação é do vice-líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), que vai conversar com os representantes do PSDB e do PFL, na comissão, para tentar um acordo que evite ações regimentais com vistas a atrasar a apreciação do relatório do deputado José Pimentel (PT-CE). Quanto à base aliada, as reuniões começam hoje, às 19 horas, na Casa Civil da Presidência da República. Os líderes dos partidos governistas, na Câmara e no Senado, reúnem-se com o ministro José Dirceu para começar a definir a estratégia de votação da reforma previdenciária.
Amanhã (22), às 8 horas, está previsto outro encontro dos líderes da base com o ministro José Dirceu e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), provavelmente no Palácio do Planalto. Também estão previstas reuniões das bancadas do PT e do PCdoB e um encontro do ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, com os deputados do PSDB. Quanto aos partidos aliados, Luizinho ressaltou que é preciso "organizar a base", para que esteja presente na comissão, garantindo quorum, e não apresente destaques que possam atrasar a tramitação da matéria.
Na sessão plenária da Câmara, hoje, os governistas conseguiram o quorum mínimo de 52 deputados para contar o prazo de duas sessões do pedido de vista coletiva concedido, na última quinta-feira. Com isso, o relatório estará pronto para discussão na quarta-feira (23).
O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), também vice-líder do governo, considera que "não há clima político para mudanças, na comissão, do relatório do deputado José Pimentel". Acrescentou que "quando o clima é de ofensa (ao Congresso) não há o que se negociar", referindo-se às ameaças de greve por parte do Judiciário. Na reunião de hoje com o ministro José Dirceu, o vice-líder gaúcho apresentará a proposta de que se mantenha o subteto das aposentadorias dos desembargadores em até 90% do salário do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o teto das pensões em R$ 2.400,00. No relatório, o subteto é de até 75% do salário do ministro do STF e o teto das pensões de R$ 1.058,00.
O objetivo do parlamentar é deixar para os governadores a responsabilidade de fixar estes percentuais. "O estado que quiser jogar estes valores para baixo que o faça. O que não pode é os governadores assumirem uma postura de Pôncio Pilatos, lavar suas mãos e deixar o ônus para o presidente Lula", afirmou.