Missão liderada por brasileiro chega hoje a São Tomé e Príncipe

19/07/2003 - 12h20

Brasília, 19/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Missão Bons Ofícios – grupo de diplomatas formado para negociar a volta da normalidade de um país – chega hoje a São Tomé e Príncipe. O grupo foi articulado pelo chanceler brasileiro, embaixador Celso Amorim, ao final da VII Reunião do Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada nos últimos dias 17 e 18 de julho, em Coimbra (Portugal).

Formado inicialmente pelo embaixador do Brasil em Luanda, Jorge Taunay e pelo Ministro do Interior de Angola, Oswaldo Serra Van-Dúnem, o grupo contará a partir de hoje com a participação de representantes do Congo, Gabão, Nigéria, República Centro Africana e Chade, que se encontravam em Brazzaville, capital congolesa, para uma reunião da Comunidade Econômica da África Central (Ceac).

A missão, que tem por objetivo contribuir para a normalização institucional daquele país, dialogarã com o grupo de militares que, sob comando de Fernando Pereira Codó, tomou o poder em São Tomé e Príncipe. O memorando de início de negociações pelo retorno à normalidade, assinado ontem pelo chefe revoltoso e autoridades diplomáticas em São Tomé e Príncipe, permitiu que fosse suspenso o toque de recolher decretado desde quarta-feira. O espaço aéreo do país também foi reaberto.

Fernando Codó ordenou que as viaturas do Estado apreendidas durante a operação militar fossem devolvidas aos respectivos ministérios e conclamou a população a retornar ao trabalho. Também em conseqüência da assinatura desse documento, o presidente da Assembléia Nacional, Dionísio Dias, foi colocado em liberdade.

Encontram-se detidos no quartel-general das Forças Armadas o procurador-geral da República, os ministros da Defesa, Fernando Daquá, e dos Recursos Naturais e Infra- Estruturas, Rafael Branco, entre outras autoridades.

De acordo com o Itamaraty, o embaixador Celso Amorim conseguiu ontem conversar pelo telefone com a primeira-ministra de São Tomé e Príncipe, Maria das Neves, que se encontra sob-custódia em um hospital da capital do País, São Tomé, desde que manifestou solidariedade do governo brasileiro e reafirmou os esforços da CPLP e da Ceac para restaurar a normalidade institucional. Celso

Amorim manifestou também para Maria das Neves o repúdio pela quebra da ordem democrática que o país desfrutava com a presidência de Fradique de Menezes. O presidente são-tomense, segundo a Agência Lusa, ainda se encontra na Nigéria, onde está desde o início da crise.