Recife, 18/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Radiobrás conseguiu um feito inédito na história das premiações concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Pela primeira vez, uma empresa foi agraciada duas vezes com a Menção Honrosa do prêmio José Reis de Divulgação Científica, na categoria Instituição. Esse ano, excepcionalmente, a comissão julgadora concedeu duas menções honrosas, sendo a outra dada à TV Diário, de Fortaleza (CE). É a 23ª edição do prêmio.
A Radiobrás concorreu por meio da editoria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, da Agência Brasil. Na justificativa apresentada, a comissão julgadora diz que a empresa "recebeu menção honrosa pelo caráter inovador, como fonte de divulgação científica, qualidade do conteúdo, diversidade de temas, volume de matérias e grande alcance social". Na primeira ocasião em que foi premiada com a Menção Honrosa do José Reis, em 1991, a Radiobrás concorreu pela mesma editoria, quando as três categorias eram agraciadas simultaneamente a cada ano. O CNPq justificou a premiação, então, pela atividade de coleta e disseminação de informações científicas para um grande número de órgãos de divulgação. O conteúdo das reportagens produzidas pela editoria está disponível em www.radiobras.gov.br.
A instituição vencedora do José Reis 2003 foi a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul que concorreu com outros 22 candidatos, por seu trabalho de divulgação, pesquisa e iniciação científica realizado com crianças e adolescentes. A premiação foi entregue hoje pelo presidente do CNPq, Erney Plessmann de Camargo, em cerimônia realizada na Biblioteca do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no último dia da 55ª Reunião Anual da SBPC.
Criado em 1978 pelo CNPq, em homenagem ao médico, jornalista e educador José Reis, que até os 94 anos de idade continuou trabalhando para levar a ciência ao conhecimento do público, o prêmio é concedido todos os anos nas categorias Instituição, Divulgação Científica e Pesquisa, alternadamente. O objetivo é reconhecer o esforço daqueles que investem suas carreiras na popularização da ciência, da tecnologia e da pesquisa no Brasil.
Na mesma cerimônia, também foi entregue o Prêmio Érico Vanucci Mendes, concedido desde 1988 para premiar a memória nacional das tradições populares e traços culturais das minorias étnicas e sociais. Este ano, o vencedor foi o escritor, professor e contador de estórias Daniel Munduruku. Índio da nação tupu mundukuru, Daniel é autor de vários livros sobre a cultura indígena, editados pela Companhia das Letrinhas, Editora Angra, Editora Salesiana e Studio Nobel.
Considerado pela comissão julgadora como um "narrador privilegiado", o contemplado da 15ª edição do Érico Vannucci, tem como nome de registro Daniel Monteiro Costa. Ele nasceu em Belém, tem 39 anos e é mestre em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). Além de escrever, coordena a Coleção Memórias Ancestrais, da Editora Fundação Peirópolis, com ilustrações das crianças da Aldeia Katõ.
Em 2002, Daniel Munduruku recebeu menção honrosa da agência das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco), pelo Prêmio de Literatura para Crianças e Jovens, com o livro "Meu vô Apolinário - um mergulho no rio da (minha) memória". A obra conta histórias, aos pequenos leitores, de uma velha árvore e do menino curumim que descobre o Brasil, descreve mitos e leva à reflexão sobre a origem da cultura brasileira.