Rio,18/7/2003 (Agencia Brasil-ABR) - O governo Lula não vai atribuir ao Fundo Monetário Internacional o eventual fracasso de suas metas. Esta foi a mensagem deixada pelo Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Otaviano Canuto, hoje, na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro.

O secretário explicou que historicamente há vários casos de países que tiveram pacotes de resgate com o Fundo e que, muitas vezes, precisaram adotar medidas duras, mas necessárias, justamente em virtude da situação que os levaram a pedir o empréstimo. E o FMI, em sua avaliação, sempre serviu como bode expiatório. "É mais fácil culpar o Fundo pela adoção de políticas monetárias mais austeras ou um aperto fiscal, quando na verdade a adoção daquela política não tem nada a ver com o Fundo".

Canuto garantiu que o governo não adota esse procedimento. "Até porque a propriedade do programa é nossa. As decisões tomadas quanto ao superávit primário foram nossas e o Fundo foi apenas comunicado sobre isso" Esclareceu que dívida é dívida e não existe a questão de pedir para modificar o conceito, a não ser que haja um motivo econômico que o justifique.

Acrescentou que as restrições que existem ao endividamento de entidades públicas brasileiras, que não estão saneadas ou que não estão dentro da lei, independem de boa ou má vontade. "O que o ministro Palocci tem mencionado é que precisamos encontrar um modo de premiar melhor os agentes públicos que assumem a sua responsabilidade fiscal. Ou seja, melhorar estrutura de incentivos, dar o sinal positivo, favorável ao cumprimento das metas. Isso significa o fortalecimento do sistema", concluiu. (Alana Gandra)