Recife, 16/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Professor do Departamento de Matemática da Pontifícia Universidade Católitca do Rio de Janeiro (PUC-RJ), o engenheiro de telecomunicações João Candido Portinari apresentou hoje (16), na Reunião da SBPC, o Projeto Portinari. Concebido para divulgar o trabalho de seu pai, o pintor Cândido Portinari, o projeto foi o tema da conferência "Portinari: arte e inclusão social".
João Candido Portinari teve um público cativo e aproveitou para lembrar que, neste ano, comemora-se o centenário de nascimento daquele que é um dos mais reconhecidos artistas brasileiros do século XX. O Projeto Portinari teve início há 23 anos. "O Projeto Portinari surgiu para responder à pergunta: Quem é Portinari?", comentou o professor João Candido.
A primeira preocupação dos coordenadores do projeto foi levantar os 30 mil documentos relevantes em relação à vida e à obra do pintor. Do total, cinco mil eram obras do próprio autor e os 25 mil documentos restantes eram fotografias, cartas, gravações de radiofônicas e livros onde ele aparece ou foi citado. "Pretendíamos ter ao final uma base de informação imparcial para pesquisadores e interessados", afirmou ele.
Os pesquisadores rastrearam pinturas, telas e painéis espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Foram encontradas 5.300 obras passíveis de seem atribuídas a Portinari. Dessas, 4.700 foram declaradas verdadeiras, 300 falsas e o restante ainda precisa de testes para uma possível autentificação. "Isso ocorre porque muitos quadros de Portinari não foram assinados", destacou João Candido.
Além disso, o projeto divulga o conjunto da obra do pintor para os brasileiros, já que 95% dos trabalhos estão inacessíveis ao público. Isso porque ou as obras fazem parte de coleções particulares ou são grandes demais para serem removidas dos locais onde se encontram. "Decidimos fazer cópias digitais das principais pinturas e, em 1994, já tínhamos oito exposições itinerantes que percorreram todos os estados brasileiros", disse João Candido. Um público estimado em 450 mil pessoas visitou essas exposições, levadas a favelas, presídios, a comunidades ribeirinhas do Rio Paraguai e a escolas públicas.
Por ocaisão da comemoração do centenário de Portinari, será lançado um catálogo Raissonné, que reúne todas as suas obras com especificação de tamanho, data, material utilizado e todos os documentos em que a obra é citada.
