Brasília, 16/07/2003 (Agência Brasil-Abr) - A confiança dos empresários brasileiros com a retomada da atividade econômica vem diminuindo desde o início do ano, atingindo 51,9 pontos em julho. Em janeiro, o índice estava em 58,9 pontos e, em abril, em 57,2 pontos. Ainda assim, o otimismo é maior do que o registrado no segundo semestre do ano passado.
Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou, hoje, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Em julho do ano passado, o índice que varia de 0 a 100, estava em 48,5 pontos, e, em julho de 2001, o indicador atingiu 48 pontos. Quando o índice está abaixo dos 50 pontos, é considerado negativo.
"O otimismo do início do ano com a entrada do novo governo começou a ser substituído pela realidade de que a recuperação virá num ritmo mais lento. A lentidão da queda dos juros aliada à falta de liquidez na economia e às dificuldades com as reformas além do alto nível do compulsório (depósito que os bancos são obrigados a fazer no Banco Central) contribuíram para isso", disse o coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Ainda de acordo com Castelo Branco, os empresários já previam uma redução nos juros básicos da economia, de 1,5 ponto percentual a dois pontos percentuais na reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que será realizada na próxima semana. "Se não houvesse confiança que o Banco Central irá reduzir a Selic, o indicador poderia não ser esse", disse.
Nas condições atuais da economia, em comparação com os últimos seis meses, o índice caiu de 45,1 pontos para 37,3 pontos. O resultado é o pior desde abril de 1999, logo após a desvalorização cambial, quando o índice ficou em 34,5 pontos.
O indicador de confiança na economia brasileira também caiu no segundo trimestre, passando de 45,2 pontos na última pesquisa para 37,3 pontos. Segundo Castelo Branco, os piores resultados divulgados até hoje para esse indicador foram na época da desvalorização cambial de 99, e durante a crise energética, em outubro de 2000.
Na pesquisa divulgada hoje foram ouvidos 1,4 mil empresários, de 25 de junho a 15 de julho último.