Palocci admite possibilidade de queda dos juros no próximo Copom

08/07/2003 - 14h23

Brasília, 8/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A redução de meio ponto na taxa básica de juros que o Copom (Comitê de Política Monetária) fez na última reunião representa uma a sinalização clara de que a equipe econômica conseguiu controlar a inflação. A opinião é do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Para ele, mais do que uma redução no índice é preciso notar que a curva de juros caiu e a inflação também está recuando.

"Não vou dizer o que o Copom fará na próxima reunião, mas a redução nos juros mostra que há sustentabilidade para uma queda no próximo período, porque se o BC tivesse invertido a curva de juro e os índices de inflação não tivessem acompanhado, o governo teria uma notícia ruim para dar para todos em termos de perspetiva econômica", afirmou Palocci.

O ministro da Fazenda participou hoje de um café da manhã com os líderes da base aliada para discutir estratégias para a votação das reformas tributária e providenciaria.

Outro tema do encontro foi a Lei de Falências, que o governo espera aprovar durante o recesso parlamentar. Essa lei é importante porque permite a recuperação das empresas antes da falência, garante os empregos e dá segurança aos bancos, que têm alegado que um dos motivos pelo qual não fazem uma redução dos juros é justamente a falta de garantia de retorno dos empréstimos junto às companhias.

O ministro voltou a afirmar que não tem como discutir agora a divisão da Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (CIDE) com os estados, porque a transferência do Imposto Territorial Rural e a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional já são passos importantes para evitar perdas para os governadores na reforma tributária.

Palocci enfatizou que o mais importante é que a reforma desonere as pessoas mais pobres e as empresas. Na opinião dele, seria um ganho fantástico e histórico para o país. "É importante notar que nós não queremos criar qualquer desordem tributária, pelo contrário nós queremos melhorar o quadro fiscal e a distribuição de renda no país".

O ministro disse, ainda, que a equipe econômica e o presidente Lula acreditam que só haverá equilíbrio na economia se for feito um processo de desenvolvimento de longo prazo. E para isso é preciso reduzir os impostos no consumo e tributar mais a herança, por exemplo.

Daniel Lima