Hospital mais antigo de Brasília pode sofrer intervenção federal

08/07/2003 - 18h50

Brasília, 8/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O mais antigo hospital da Brasília poderá sofrer intervenção Federal. Segundo relatório divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Hospital de Base de Brasília (HBB), foram constatadas graves falhas, desde falta de esterilização do material hospitalar à ausência de controle do prazo de validade dos remédios dados aos pacientes. O estudo, enviado ao Ministério Público Federal, foi realizado entre 18 de fevereiro e 19 de março.

O secretário de Saúde do Distrito Federal, Arnaldo Bernardino, estranhou que a Anvisa tenha pedido intervenção no hospital. Bernardino disse que desconhece essa competência da Anvisa. Segundo o secretário, a Agência tem poder, junto com a Vigilância Sanitária estadual, para atuar em serviços que não estão de acordo com suas normas. "Agora, intervir gerencialmente, colocando um interventor, acredito que estão mal informados e mal intencionados", disse ele. .

Para Bernardino, não existe a menor possibilidade de intervenção. "A Secretaria de Saúde pertence ao Governo do Distrito Federal. E, ao que me consta, uma intervenção no GDF é algo constitucional. Somente o Supremo Tribunal Federal tem poder sobre isso, e não o Ministério Público Federal", disse.

De acordo com o secretário, o Hospital de Base também passará por uma reforma que começará pelo pronto-socorro. O assunto foi discutido hoje no encontro entre Arnaldo Bernardino, o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, o secretário de Obras, Tadeu Filippeli, e os 15 diretores de hospitais da rede pública do DF. Arnaldo Bernardino informou que estão reservados R$ 30 milhões para compra de equipamentos e gastos com a obra. Roriz anunciou que realizaria a reforma do HBB no dia 4 de junho deste ano, mas ainda não há prazo para começar o trabalho. Segundo Filippeli, ainda estão (as obras) em processo de licitação.

Cerca de 124.252 pessoas foram atendidas na emergência do HBB, de janeiro a junho deste ano. Nas clínicas cirúrgicas foram operados 1.804 pacientes de janeiro a maio de 2003.

Bernardino informou que, durante a reforma, o pronto-socorro será fechado, mas os pacientes serão atendidos em outros hospitais da rede pública que ofereçam a especialidade (cardiologia, ortopedia e outras), de forma que a população não seja prejudicada.