Rio, 6/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O descontrole na fiscalização do comércio de armas e a facilidade com que se adquire o porte mostram a total ineficiência da atual lei de controle de armas no Brasil.
A opinião é do coordenador do Projeto de Desarmamento do Viva Rio, uma ONG (Organização Não-Governamental) carioca que vem desenvolvendo, em parceria com o governo estadual, um programa de destruição de armas no Rio de Janeiro.
Antônio Rangel disse que 40 mil brasileiros morrem anualmente vítimas de armas de fogo e que chegou a hora de o Congresso Nacional mudar esse quadro, aprovando uma lei que acabe com o porte de arma e torne mais rigorosa a fiscalização nesse tipo de comércio. Rangel citou como exemplo dessa falta de fiscalização o desaparecimento, no ano passado, de 10 mil armas de fogo dos arsenais das empresas de segurança do Rio, setor onde a fiscalização praticamente não existe. O coordenador do Projeto de Desarmamento do Viva Rio destacou ser preciso destruir o mito de que armas estrangeiras estão matando os brasileiros. Segundo ele, 80% das armas apreendidas no Rio são de cano curto e fabricadas pela indústria nacional. "São armas brasileiras, matando brasileiros", disse.
Ele criticou o que chamou de "má vontade" das autoridades de segurança em fornecer informações sobre o comércio de armas e munições no país. De acordo com Rangel, os órgãos que controlam e fiscalizam esse comércio agem como se ainda estivessem na ditadura militar, onde esse tipo assunto era considerado segredo de estado. Para o coordenador do Viva Rio, o problema é de segurança pública, de criminalidade, de polícia, porque, a cada dia, o crime organizado está mais bem armado.