Rodrigues diz que reação de ruralistas deve obedecer ao império da lei

04/07/2003 - 14h53

Brasília, 4/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues defendeu hoje o direito dos proprietários de defender suas terras de todas as maneiras possíveis, desde que sob o império da lei. "Tudo que for feito fora da lei, será tratado com o rigor da lei", advertiu o ministro, lembrando que essa é uma decisão de governo que vale para os dois lados. Ele lamentou o conflito ocorrido no Noroeste do Paraná entre fazendeiros e sem-terra, na madrugada de quinta para sexta-feira, que deixou uma pessoa ferida.

Segundo o ministro, quem não defende sua propriedade, não a merece, mas só podem ser aceitas as hipóteses de defesa permitidas pela lei. Da mesma forma, conforme destacou, os que lutam por terra também devem agir na legalidade.

Rodrigues revelou que tem recebido manifestações de preocupação dos proprietários de terra quanto ao não-cumprimento da lei em relação às invasões. Ele afirmou que o governo já garantiu que as ações ilegais serão punidas com rigor. "Eu sou um ruralista e tenho conversado com eles no sentido de reverter essa situação com diálogo e negociação", disse.

Sobre a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na última quarta-feira (2), o ministro afirmou que os ruralistas não se sentiram prejudicados. Informou que o presidente vai se reunir com todas as entidades relacionadas à agricultura. "O presidente vai convocar as entidades de classe e os representantes do parlamento ligados ao agro-negócio para conversar, independentemente de ter conversado antes ou não (com o MST)", afirmou.

A Polícia Federal (PF), segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, já investiga o caso. Conforme informou o ministro, trata-se de problemas localizados e o governo sabe onde estão os focos. "Nossa expectativa é eliminar qualquer tipo de ação nesse sentido. Isso é intolerável".

Rosseto reafirmou que o governo federal não pretende aceitar a ampliação dos conflitos no campo brasileiro. "Nós não vamos permitir que essas ações irresponsáveis, ilegais e localizadas se expandam". Para o ministro, os envolvidos nesse tipo de violência estão, normalmente, envolvidos com outros tipos de crime, como o contrabando de armas.

Rosseto nega que a atuação armada da PF possa intensificar a violência na área rural. "A tarefa da Polícia Federal é reprimir o padrão de crime". Enfatizou ainda esta é uma das missões constitucionais da instituição. Os ministros participaram, na manhã de hoje, da solenidade em comemoração ao Dia Internacional do Cooperativismo, no Palácio do Planalto.

Paula Medeiros e Roberta Melo