Capoeiristas se reúnem até amanhã na V Copa das Américas

04/07/2003 - 12h04

Brasília, 4/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Esporte, dança ou luta – independentemente da qualificação que se dê à capoeira, uma coisa é certa: ela é genuinamente brasileira. E conquista mais pessoas a cada dia, principalmente em Brasília. A capital federal é a sede da V Copa das Américas de Capoeira, que reúne até amanhã atletas de todo o país, dos Estados Unidos, Chile e Havaí.

O coordenador-geral do encontro e do Grupo Raízes do Brasil, Ralil Salomão, diz que não se pode denominar a capoeira como um esporte, pois ela é uma interação do esporte com a dança, as artes marciais, a expressão corporal, a manifestação cultural e a música. "Embora seja muito bem vista fora do Brasil, as pessoas não compreendem como ela pode ser tão rica. Não conseguem entender como ela é capaz de unir tantas coisas em uma só", acrescenta. E o contra-mestre Papagaio, que veio de Pernambuco, diz que com a realização da Copa, este é o momento para trocar informações e conhecimentos sobre a capoeira. "Com esse encontro, nós estamos tentando manter o nível técnico", afirma.

Às 17h, os atletas se apresentarão no Pier 21 e prometem manifestações culturais como puxada de rede, batizados, troca de cordas e ainda o Hino Nacional executado por uma orquestra com mais de 50 berimbaus.

A capoeira surgiu na época da colonização do Brasil, entre os escravos negros que lutavam para fugir e, sem acesso a armas, observavam o comportamento dos animais. Eles tentavam imitar a agilidade e a força da onça, da cobra e do lagarto, principalmente. Quando queriam se esconder e se preparar para a luta, os escravos se refugiavam perto das senzalas, nas matas que levam o nome indígena de capoeiras. Este nome passou a designar também a forma de lutar e de adestrar o corpo utilizada inicialmente pelos negros vindos da África.