Palocci aposta em crescimento de 2% para 2003

01/07/2003 - 18h54

Brasília, 01/07/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, está mais otimista que o Banco Central em relação à economia brasileira. Isso porque ele aposta numa taxa de crescimento de 2% com queda dos juros básicos, enquanto o BC prevê 1,5%.

Ao comentar a expressão de "espetáculo de crescimento", utilizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de julho, em contraste com as projeções do BC, Palocci ponderou que é positivo o fato de o país ter saído da crise econômica do ano passado sem decréscimo na economia, o que sinalizaria maior impulso nos próximos anos. Citou países que ao observarem crises de oferta semelhantes à do Brasil, no ano passado, sofreram quedas de até 7%.

"O Brasil conseguiu ser uma exceção. Saiu de uma crise de grandes proporções sem ter queda do PIB no ano passado e sem ter queda no PIB esse ano. São dados muito importante que permitem que você estabeleça uma agenda de grande crescimento nos próximos anos", avaliou.

Palocci também destacou que as medidas anunciadas na semana passada na área de microcrédito têm por objetivo colaborar na retomada do crescimento econômico. "Uma das condições para o crescimento é a garantia de que exista crédito para as pessoas", disse ele. O ministro considerou positivas as projeções contidas no Relatório de Inflação, em que o Banco Central propõem cenários de crescimento de 1,5% caso a taxa Selic permaneça em 26% até o final do ano e outra, de 1,8% caso os juros básicos caiam até dezembro.

Palocci foi ao Banco Central para participar da cerimônia de transmissão de cargo do ex-diretor Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn para o atual Afonso Beviláqua. Em uma breve fala, destacou a importância da equipe do BC e a coordenação do presidente Henrique Meirelles, na condução das medidas econômicas responsáveis pela recuperação do país. "Trocamos a roda com o carrando andando", disse, numa referência ao trabalho conjunto dos antigos e novos diretores na fase de transição. (Edla Lula)