Rio, 01/07/2003 (Agência Brasil – ABr) – O ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni, afirmou hoje, no Rio, que o o Brasil terá que passar pela Alca e pela União Européia para alcançar um crescimento sustentável, com queda real de juros.
"Se o Brasil avançar o ano que vem as negociações com a ALCA e a União Européia, o mercado vai antecipar negociações. O que isto vai representar em termos de impacto para o país? Nas simulações que nós fazemos na FGV, poderá representar a duplicação das exportações brasileiras em cinco anos". O cálculo, segundo o ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni, é simples. Hoje, a relação serviços da divida/exportações do Brasil (tirando divida de curto prazo) é de 65%. Duplicadas as exportações esta relação vai cair para 30% - pela metade. Com isto, o serviço da dívida fica no mesmo patamar que estão hoje o México e o Chile, que são países que convivem com taxas de juros reais entre 3% a 5% e este é o objetivo fundamental do governo Lula: colocar o Brasil no patamar de crescimento sustentável, derrubando a taxa de juro real e reduzindo a volatilidade cambial.
Por isso, Langoni afirmou que ficou satisfeito com a decisão do presidente Lula e do presidente dos EUA, George W. Bush, de manter o cronograma de negociações com vistas à formação da Alca para 2005. Ele explicou que o objetivo do governo passa, necessariamente pelo sucesso das negociações com a Alca e a União Européia. Isto não significa desprezar o Mercosul, mas apenas colocá-lo dentro da sua real dimensão, observou.