IBGE vai auxiliar governo no PPA com novos censos; entre eles um populacional

01/07/2003 - 14h39

Brasília, 01/07/2003 (Agência Brasil - ABr) - Três grandes projetos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram apresentados hoje, em Brasília, como sendo fundamentais para o Plano Plurianual 2004-2007, que define investimentos do governo nos próximos anos.

Para fornecer estatísticas mais precisas, o instituto propõe uma nova Contagem Populacional em 2005, um Censo Agropecuário e a Atualização da Cartografia Nacional (mapas). "Estamos neste momento definindo o orçamento do instituto para os próximos quatro anos dentro do PPA, do governo, e queremos desenvolver um conjunto de pesquisas que tem como finalidade apresentar resultados num intervalo de tempo útil para que aqueles que tomam decisões, tanto na esfera pública quanto na esfera privada, possam utilizar essas informações da melhor forma possível", disse Eduardo Pereira Nunes, presidente do IBGE.

A nova Contagem Populacional será ampliada com o objetivo de incluir outras informações censitárias para as políticas sociais do governo, como dados sobre alfabetização e freqüência escolar, acesso a saneamento básico, cor ou raça e acesso à programas sociais. O instituo espera visitar todos os domicílios do país, hoje estimados em 58 milhões. O último Censo demográfico realizado pelo IBGE foi em 2000 e, segundo Nunes, o afastamento da data leva as estimativas a perderem a precisão. Além disso, afirmou ele, aumentou a deficiência em relação ao registros civis (certidões de óbito e nascimento, por exemplo).

Já o Censo Agropecuário que também será realizado em 2005, com informações de 2004, contará, além do modelo tradicional (faz um levantamento de dados sobre produção no campo, insumos, emprego e renda), com levantamentos sobre saúde, assentamentos, bacias hidrográficas, unidades de conservação ambiental, territórios indígenas e atividades não agrícolas (artesanato, turismo rural).

Estima-se que serão pesquisados 5,6 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o país. O custo para os cofres públicos será da ordem de R$ 659 milhões em 3 anos para os dois censos, que serão realizados simultaneamente. Uma economia de R$41 milhões em comparação ao Censo Demográfico de 2000.

Para realizar o novo censo, o instituto fará, no final de 2004, um recrutamento para preencher as 120 mil vagas temporárias que serão abertas visando o contagem da população do ano seguinte. O custa, ainda, não foi estimado.

O terceiro projeto do IBGE é atualização da cartografia nacional (mapas). O instituto tem estimativas que mostram que nos últimos 20 anos não houve investimento suficiente para complementar e atualizar a cobertura de bases cartográficas. Uma conseqüência disso, por exemplo, é o mapeamento inadequado para o desenvolvimento dos programas de infra-estrutura do governo.

O IBGE pretende, ainda, agilizar outros novos projetos que irão preencher lacunas antigas criadas pela falta de informações sobre segurança pública e justiça, como uma pesquisa domiciliar para saber quem é a vítima da violência, onde mora e outras informações que ajudarão o país a se modernizar e adotar políticas para a área. Entre os novos, projetos também estão uma pesquisa sobre o trabalho infantil e o trabalho da mulher e a criação de um índice de preços para o produtor (hoje os indicadores refletem o preço ao consumidor).

Na área, internacional estuda-se a criação de um índice de preços ao consumidor para o Mercosul e o Chile e um censo comum a ser realizado no bloco.

O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, admite que realizar todo esse trabalho é um grande desafio. "Precisamos atender demandas novas, sem prejudicar o programa de trabalho cotidiano. Nós já temos uma demanda grande, mas teremos que aumentar a nossa capacidade trabalho porque a sociedade precisa, principalmente, na área social. Para ele, pórem, sem informação não se conhece realidade e sem conhecer a realidade não se sabe quais as ações devem ser adotadas visando a remover os obstáculos que a sociedade tem, como a desigualdade econômica-social e regional.

Daniel Lima