Operação Timbó treina militares para combater narcotráfico

29/06/2003 - 9h25

Brasília, 29/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - "Selva !!!". O grito de guerra dos Batalhões de Infantaria da Selva (BIS) foi muito ouvido na região da Amazônia Ocidental, próximo às fronteiras dos estados do Amazonas e do Acre com a Colômbia e o Peru. Foi a operação Timbó, realizada entre os dias 23 e 27, cobrindo uma área de mais 577 mil quilômetros, equivalente ao território da França.

Na verdade, foi um grande treinamento em conjunto da aeronáutica, exército e marinha. Envolveu mais de 4100 militares para combater o narcotráfico e reforçar a segurança das fronteiras. Além dos militares, a Timbó contou com o apoio da Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Segundo o comandante da Timbó, o general de exército Cláudio Figueiredo, os objetivos foram alcançados. "Nós tivemos a oportunidade de aplicar técnicas modernas de combate na região. Realizamos diversos exercícios com as tropas mostrando uma grande afinação", destacou o general.

A Operação Timbó também tinha objetivos sociais, como prestar atendimentos diversos às populações ribeirinhas e indígenas, como vacinação, emissão de documentos e, ainda, cortes de cabelo.

Cerca de 80% da cocaína do mundo é produzida na Colômbia e 70% dela usa a região como rota. O ministro da defesa, José Viegas, acompanhou a operação nos dois últimos dias e comentou a importância da presença das forças armadas na Amazônia. "Se as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) ou qualquer outro grupo guerrilheiro tentar ações em solo brasileiro, será recebido à altura. Mas não acredito que esses grupos queiram correr o risco", afirmou Viegas.

Ficou acertado, também, que os exército colombiano poderá, junto com o Brasil, participar de operações contra o narcotráfico. A ministra da defesa da Colômbia, Martha Lucía Ramirez, presente na cerimônia de encerramento da operação enalteceu a parceria. "Acredito ser essencial que os comandos militares do Brasil e da Colômbia é essencial para manter as fronteiras seguras e combater o narcotráfico", disse.