Brasília, 29/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 25 mil pessoas prestigiaram a abertura do 38º Festival Folclórico de Parintins. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado da primeira-dama, Marisa Letícia, deu início ao espetáculo. Discursou de um palanque montado especialmente para ele no Bumbódromo, arena onde é apresentado o espetáculo dos bois-bumbás rivais, Caprichoso e Garantido.
Aplaudido, o presidente afirmou ser direito de todos o acesso à cultura e parabenizou o povo pela grandiosidade que o Festival alcançou na cultura brasileira. Hoje a festa é reconhecida no Brasil e internacionalmente. "É a primeira vez que venho assistir ao Festival e não poderia deixar de cumprimentar o povo da ilha. Os intelectuais têm muito a aprender com a criatividade que nasce da cultura popular, que é rica, inteligente e irreverente ao mesmo tempo. Ganhe o azul ou o vermelho, estou certo que a grande vitoriosa desta festa é a cultura brasileira", declarou o presidente Lula do alto do palanque.
Para não gerar insatisfação entre os bois, Lula deixou claro que não tinha preferência por nenhum deles e, vestido de branco, para dar o tom de neutralidade, desejou boa sorte ao Caprichoso, simbolizado pela cor azul, e ao Garantido, simbolizado pela cor vermelha.
Após o discurso do presidente, os bois-bumbás entraram juntos pela primeira vez no Bumbódromo para prestar uma homenagem a Lula. Primeiro falou o Caprichoso, agradecendo ao presidente e ao governador do Amazonas, Eduardo Braga, pelo prestígio à cultura local e pela ajuda na divulgação do Festival em todo o País.
Em seguida, foi a vez do Garantido, que pediu à torcida, aplausos para o presidente. Em coro, a torcida saudou o presidente com uma conhecida música de sua campanha: "Olê, olê, olê, ola; Lula, Lula". O boi Garantido terminou a apresentação subindo em direção ao presidente Lula, para saudá-lo.
Ao entrarem juntos, os bois quebraram uma tradição de 38 anos, já que segundo o regulamento do Festival, um boi deve se apresentar ao público por vez. Lula é o primeiro presidente da República a assistir ao Festival da ilha de Parintins. A apresentação foi transmitida por telões de 20 metros de altura localizados do lado de fora do Bumbódromo. Ao final, os populares continuaram a festejar no centro da cidade de Parintins.
Na chegada à ilha de Parintins, a 420 km de Manaus, Lula inaugurou uma série de obras, seguido por milhares de populares. O presidente prometeu uma linha de transmissão de energia da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (PA) para Parintins. Segundo ele, não viver no escuro é tão fundamental quanto fazer três refeições por dia, ter escola de qualidade e ter direito à saúde. "Chegou a hora de as pessoas tomarem, se quiserem, um banho quente, mesmo numa região quente como a Amazônia", disse ele.
Lula inaugurou também o Hospital Regional Jofre Cohen, de 4 mil metros quadrados, com 80 leitos para internação. Foram investidos pelo governo do estado R$ 2 milhões e obras e cerca de R$ 1,1 milhão em equipamentos para serem utilizados em exames de média complexidade nas populações dos municípios ribeirinhos.
O presidente visitou ainda um dos cinco barcos do programa Pronto Atendimento Itinerante (PAI), serviço que será inaugurado hoje por meio de convênio entre o governo do estado e o Ministério da Previdência Social. O barco vai oferecer serviços de documentação e aposentadoria para as populações ribeirinhas dos municípios mais distantes do Amazonas, estado com o menor índice de cobertura previdenciária do país.
O desfile dos bois terminou por volta das 03:00h, mas o presidente Lula só deixou o Bumbódromo perto das 04:00 e seguiu para o navio-hospital Pedro Teixeira, ancorado no Lagoa da Francesa, a dez minutos da cidade, onde pernoitou.
Lula e a comitiva embarcam de volta a Brasília nesta manhã.
Nádia Faggiani
