Projeto prevê aproveitamento de água no semi-árido nordestino

28/06/2003 - 13h00

Brasília, 28/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Três institutos de pesquisa do país – o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), o Observatório Nacional (ON) e o Instituto de Radioproteção (IRB) -estão desenvolvendo um projeto para reduzir a pobreza no semi-árido nordestino. A idéia é aproveitar a água de solos profundos no semi-árido para o consumo humano, uso agrícola e armazenamento, em tanques, para a produção de peixes. O projeto tem por base, principalmente, a perfuração de poços e será testado em duas áreas como piloto, na Lagoa Real, na Bahia e em Guaribas, no Piauí.

O autor e coordenador do projeto, o engenheiro de minas e diretor do Cetem, Gildo de Sá Albuquerque, admitiu, em entrevista ao programa "Revista Brasil", da Radiobrás, que é possível obter água no semi-árido do Nordeste, embora o grau de sal na água seja muito elevado e com baixa precipitação.

De acordo com Albuquerque, já foram realizados vários estudos de prospecção nas duas áreas e, também, um levantamento para avaliar a profundidade para a perfuração dos poços, além do cálculo de identificação da capacidade de recarga das águas subterrâneas, os chamados lençóis freáticos. Por enquanto está sendo aguardado o resultado da pesquisa para saber até que ponto a água poderá ser aproveitada para o consumo humano e agricultura.

O próximo passo será a implantação do projeto nas áreas-piloto. Até julho será feito pedido de financiamento junto ao Ministério da Ciência Tecnologia para por em prática o projeto. Segundo Albuquerque, o custo dos estudos preliminares foi pago pelos centros de pesquisas envolvidos. A segunda etapa do projeto, que inclui a perfuração dos poços, deve ficar em torno de R$ 300 mil.