Humberto Costa define novas normas para transplante de córneas

28/06/2003 - 10h00

Brasília, 28/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Saúde, Humberto Costa, assina amanhã (29), em Fortaleza (CE), duas portarias com o objetivo de melhorar a qualidade dos tecidos oculares oferecidos para transplante. As portarias redefinem as normas de funcionamento e cadastramento dos Bancos de Tecidos Oculares Humanos e incluem na tabela de pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a remuneração desses estabelecimentos pelo processamento de tecidos.

A assinatura das portarias será durante a Reunião Nacional dos Coordenadores Estaduais e Regionais de Transplante de Órgãos, na Universidade de Fortaleza (Unifor). Segundo as novas exigências, os bancos de olhos devem possuir instalações físicas, equipamentos e profissionais aptos a captar, transportar, processar e armazenar tecidos oculares de procedência humana para fins terapêuticos, de pesquisa ou de ensino.

Os bancos de olhos em funcionamento terão seis meses para se adaptar às novas regras e solicitar o cadastro de funcionamento sob pena de interdição. A intenção é garantir a qualidade desses tecidos, proporcionando mais segurança aos receptores.

A partir de agora, o processamento de Córnea/Esclera para transplante passa a ser cobrado pelos bancos de olhos. Atualmente, é o hospital transplantador que recebe pelo procedimento. O valor pago por processamento é de R$ 400.

Em 2002, foram realizados 7.921 transplantes de órgãos/tecidos, número 80,2% maior que em 1998, quando foram realizadas 4.299 cirurgias. O investimento do ministério da Saúde no setor cresceu 303,9% no período. No pagamento de cirurgias, medicamentos e todos os procedimentos associados aos transplantes, o ministério gastou, em 2002, mais de R$ 280 milhões. Em 1998, esse custo foi de cerca de R$ 78 milhões.

A lista de espera, sinônimo de transparência do sistema brasileiro de transplantes, tem 55.801 pessoas. São 242 pessoas aguardam um coração; 22.082, córnea; 4.181, fígado; 93, pulmão; 28.659, rim; 171, pâncreas; e 373, rim/pâncreas.

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) tem atuado, também, no treinamento de profissionais de saúde envolvidos no processo de captação de órgãos e tecidos, ministrando cursos de formação de coordenadores de transplantes. Nos últimos dois anos foram realizados 17 cursos, em 15 estados.

O SNT é composto de 22 centrais estaduais e oito centrais regionais, cobrindo praticamente todo país, com exceção do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins. Estão credenciados 445 estabelecimentos de saúde e 1.017 equipes especializadas para a realização de transplantes no Brasil.

O SUS responde por 92% dos transplantes realizados no país. Graças à priorização da política nacional de transplantes, o Brasil possui, em quantidade e investimento, o maior programa público de transplantes de órgãos e tecidos do mundo.

Porém, o número de candidatos a receptores é crescente a cada ano, e mesmo com o esforço do Ministério da Saúde e dos profissionais envolvidos no processo, o fator determinante para aumentar o número de doações, é a conscientização/sensibilização da população sobre esta modalidade terapêutica.

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