Brasília, 26/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O economista Paul Singer, considerado um dos principais intelectuais históricos do Partido dos Trabalhadores, disse que não vai mais fazer críticas ao PT, por uma questão de disciplina. Hoje, ele tomou posse como secretário nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho. "Não quero mais comentar se o governo está ou não no caminho certo, como fazia antes. Não tenho mais esse direito", disse o economista.

A principal missão da Secretaria será estimular a geração de trabalho e renda por meio de entidades de autogestão, onde trabalhadores participam da administração do empreendimento. Segundo Singer, apenas 100 mil pessoas fazem parte de empresas autogestionárias no país. "Mas a nossa expectativa é de que, num futuro próximo, esse número aumente e que possa, inclusive, reduzir o desemprego". Ele acredita que se o governo apoiar iniciativas trabalhistas fora do sistema capitalista, o desemprego no país reduzirá consideravelmente. "Assumi a Secretaria com a missão de fortalecer a economia solidária, para que se torne uma das principais alternativas de combate ao desemprego", disse.

A Secretaria de Economia Solidária também fará a articulação com outros programas do Governo, como o Fome Zero. As ações serão colocadas em prática por dois departamentos: o de Estudos e Divulgação, que terá o papel de levantar as experiências de combate à exclusão;
e o de Fomento à Economia Solidária, que terá a missão de organizar parcerias com outros órgãos.

Paul Singer, pai do porta-voz da Presidência da República, André Singer, é professor de macroeconomia da Universidade de São Paulo e especialista em economia solidária. Foi um dos fundadores do PT e responsável pela formulação de programas econômicos de parlamentares do partido.