Controle da inflação provoca queda dos juros, segundo Copom

26/06/2003 - 14h56

Brasília, 26 (Agência Brasil - ABr) - A ata da última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, esclarece que a queda de 26,5% para 26% da taxa básica de juros (Selic) reflete os resultados recentes obtidos no controle da inflação. O documento diz que a política monetária deve continuar a se orientar de forma a garantir que a desaceleração recente da inflação seja sustentável.

Na ata, referente à reunião realizada nos dias 17 e 18 deste mês, o Copom estima que, a partir das hipóteses do cenário básico, que incluem a manutenção da taxa de juros em 26,5%, ao ano, e da taxa de câmbio em patamar próximo ao que prevalecia na véspera da reunião (dia 16 - R$ 2,85), as projeções de inflação para 2003 estão acima da meta ajustada de 8,5% e abaixo da meta de 5,5% para 2004.

De acordo com o Copom, as expectativas de inflação dos analistas, coletadas semanalmente pelo Banco Central, convergem para a trajetória das metas para a inflação, 12 meses à frente. A meta aferida neste mês corresponde a uma inflação de 7%. A projeção do Copom para o mesmo
período encontra-se abaixo desse número. Em maio, a trajetória das metas de inflação ficou em 7,2%. As expectativas mais recentes para a inflação, em 12 meses, estão em 7,4%.

Para os preços administrados por contrato e monitorados, com peso de 28,65% no Índice de Preços ao Consumidor no Atacado (IPCA) de maio, o Copom projeta aumento de 14,1%, neste ano, 0,8 ponto percentual a menos que o estimado em maio. A mudança reflete, basicamente, a apreciação cambial e as projeções para os reajustes de energia e de telefone fixo em torno de 23% e de 19%. Para 2004, o Comitê espera uma majoração de 8,9% nos preços administrados e por contrato.

Quanto aos preços da gasolina, a previsão para este ano é de elevação de 5,3% contra os 6% anteriores. O botijão de gás pode subir 2,4%, menos 2,1 pontos percentuais em comparação com a previsão de maio. As projeções já incluem os reajustes ocorridos neste ano.

Sobre o ambiente externo, os membros do Copom entenderam que o rápido desfecho da guerra no Iraque ainda não se traduziu em "forte" impulso ao nível de atividade econômica mundial, principalmente nos países industrializados. Com isso as projeções de crescimento econômico parta 2003 continuam sendo reduzidas.