Brasília, 25/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Nilson Naves, disse que o episódio das críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem (24), estava superado. Em discurso na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente Lula teria afirmado que nem o Poder Judiciário e nem o Congresso Nacional o impediriam de levar o Brasil a ocupar um lugar de destaque.
"Eu acho que sim. Eu acho que está superado. Para fazer qualquer reforma, nós precisamos dos outros dois Poderes. Do Legislativo e também do Judiciário. Todos nós queremos as reformas. Queremos que as reformas sejam feitas, mas para que elas possam ser feitas com eficácia e com validez, nós não podemos esquecer que há um texto maior que é o texto da Constituição federal, e que há também as leis. É necessário que esses princípios sejam observados até porque o poder Executivo não é único. Os poderes são três, independentes e harmônicos. E aqui nós esperamos que possamos trabalhar em conjunto, em harmonia. É o que o próprio texto da Constituição fala", disse Naves.
O presidente do STJ acredita que o presidente Lula venha a se desculpar com o Judiciário, como teria feito hoje (25) pela manhã ao argumentar que fora mal-interpretado quando criticou o Congresso Nacional. "Talvez tenha faltado pedido de desculpas ao Poder Judiciário. Mas como o presidente é uma pessoa muito sensata, eu sei que isso vai acontecer logo. E vai acontecer sim", disse.
Naves defendeu a união dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para que sejam aprovadas as reformas à Constituição federal. Para o ministro Naves, a Constituição brasileira que está em vigor diz que os três Poderes são independentes e harmônicos. As declarações do ministro Nilson Naves foram feitas depois da cerimônia de posse dos três novos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. "É necessário que esses princípios sejam observados até porque o Poder não é único", disse o presidente do STJ.
O ministro Nilson Naves acha que é preciso sensatez neste momento e propôs a união dos governantes em prol do Brasil. "Eu acho que precisa haver sensatez. Acho que se não trabalharmos juntos ou em conjunto, nós não poderemos fazer do Brasil um País ainda melhor. Nós não podemos estar na contramão da história. Nós precisamos ser sujeitos da História. E, se pudermos trabalhar em união, seremos sujeitos da História", afirmou.