Brasília, 25/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os novos ministros empossados hoje no Supremo Tribunal Federal minimizaram as críticas feitas ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à postura do Judiciário diante das reformas tributária e previdenciária. Joaquim Benedito Barbosa Gomes disse que vê com naturalidade as palavras do presidente. Para ele, Lula foi "ungido com o voto da cidadania nacional", portanto, tem visão própria e compreensão dos problemas do país. Barbosa Gomes disse que Lula exprimiu sua visão da maneira que acha mais conveniente. "Vejo isso como uma vontade política de realizar aquilo que constava de seus planos. Vejo com absoluta naturalidade", afirmou o ministro.
Para o ministro Carlos Augusto Ayres de Freitas, as diferenças eventuais entre Executivo, Legislativo e Judiciário fazem parte do processo democrático. Segundo ele, a democracia permite que qualquer pessoa diga o que pensa. "Todos podem decidir sobre tudo. Agora, eu não encarei as declarações do Presidente da República por esse prisma", disse. Ele lembrou que, hoje, Lula deixou claro que não teve a menor intenção de ofender nenhum dos dois Poderes, muito menos passar por cima das suas decisões. Freitas se disse um democrata que encara essas manifestações com absoluta naturalidade.
Antônio Cezar Peluso disse que hoje é um dia de festa e não comentou o discurso do presidente. "A partir de manhã, eu posso ver isso mais devagar. Hoje é um dia de festa, e eu queria apenas fazer uma saudação ao povo brasileiro, que não está participando desta solenidade. Afinal de contas ele é o destinatário dos serviços do Supremo Tribunal Federal".