Líderes da oposição no Senado voltam a criticar discurso de Lula

25/06/2003 - 16h22

Brasília, 25/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Mesmo depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter se retratado hoje pela manhã das declarações feitas ontem, de que nem o Congresso Nacional e nem o Poder Judiciário impediriam o país de excercer o papel que lhe cabe, os líderes dos partidos de oposição no Senado falaram da tribuna da Casa para protestar contra as declarações do presidente. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), afirmou que ao mesmo tempo em que "louvo o recuo, a 'recueta' e a autocrítica, o presidente erra ao comentar o retorno à luta de classe, quando tenta lançar a opinião pública contra o Congresso e contra o Judiciário. (...) Ele deve aprender que ninguém se arrepende do que não fala". O líder da Minoria, Efrain Morais (PFL-PB), também considerou ofensivas as declarações do presidente e afirmou que elas acabaram sendo "uma espécie de confirmação reveladora do que vai no seu íntimo".

Já o líder do PDT, Jefferson Peres, manifestou sua preocupação quanto ao autoritarismo embutido nas declarações de Lula. "Receio que o presidente amanhã não dê um golpe de Estado, mas apele para a população jogando-a contra o Congresso, ao dizer que não pode salvar o país por culpa do Congresso numa atitude à la Hugo Chávez com salvacionismo. Se não mudar essa postura, ele vai criar mais cedo do que pensa uma crise institucional".

O líder do PFL, senador Agripino Maia (RN), avaliou que o presidente "entrou em rota de colisão com o Judiciário e com o Congresso Nacional, embora desminta hoje ao dizer que não teve intenção de desrespeitar os poderes".